As taxas de câncer colorretal têm aumentado de maneira preocupante entre adultos jovens nos últimos anos. Esse fenômeno tem sido um verdadeiro enigma médico, mas um estudo recente conduzido pela Cleveland Clinic, nos Estados Unidos, traz novas perspectivas sobre o tema.
Os pesquisadores analisaram os microbiomas de adultos com 60 anos ou menos diagnosticados com câncer colorretal e descobriram níveis elevados de metabólitos derivados da dieta. Esses metabólitos, frequentemente associados ao câncer colorretal, são principalmente provenientes do consumo de carne vermelha e alimentos processados.

Quais os fatores de risco?
Um estudo recente apontou uma forte correlação entre o câncer colorretal em jovens e os seguintes fatores:
- Obesidade: O aumento da taxa de obesidade, especialmente entre jovens adultos, tem sido apontado como um dos principais fatores de risco. A obesidade está ligada a inflamação crônica no corpo, que pode contribuir para o desenvolvimento de tumores.
- Dieta: Uma dieta rica em alimentos processados, carnes vermelhas e gorduras saturadas e pobre em fibras pode aumentar o risco de desenvolver câncer colorretal.
- Sedentarismo: A falta de atividade física está associada a diversos problemas de saúde, incluindo o câncer. O sedentarismo pode contribuir para o aumento de peso e para a inflamação crônica.
- Fatores genéticos: Embora menos comuns, algumas síndromes hereditárias, como a síndrome de Lynch, aumentam o risco de desenvolver câncer colorretal em idade jovem.
- Tabagismo e consumo excessivo de álcool: Esses hábitos também são considerados fatores de risco para o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, incluindo o colorretal.
Qual o papel da dieta no Câncer Colorretal?
O estudo revelou que a dieta tem uma importância crítica quando se trata do aumento das taxas de câncer colorretal entre os jovens. Os metabólitos associados a essa doença são encontrados em maiores quantidades nos indivíduos que consomem frequentemente carne vermelha e processada.
Um algoritmo de inteligência artificial foi utilizado pelos pesquisadores para examinar diversos dados e identificar os fatores que mais contribuem para o risco de câncer colorretal. A composição do microbioma intestinal foi uma área particularmente importante de exploração.
Como o estudo foi conduzido?
A pesquisa envolveu a coleta de amostras de sangue e tecido de 64 indivíduos diagnosticados com câncer colorretal. Entre eles, 20 foram diagnosticados com a doença antes dos 50 anos, e 44 após os 60 anos. Além disso, um grupo de controle com 49 pessoas sem a doença foi incluído para comparação.
Os métodos utilizados na análise dessas amostras incluíram:
- Metabolômica: Análise de mais de 400 metabólitos no sangue utilizando cromatografia gasosa-espectrometria de massa.
- Análise do microbioma: Sequenciamento de DNA das comunidades bacterianas no tecido tumoral.
Métodos estatísticos avançados e aprendizado de máquina foram aplicados para identificar diferenças entre os perfis de metabólitos e bactérias dos dois grupos de pacientes.
Quais os sintomas do Câncer Colorretal?
Os sintomas do câncer colorretal podem variar, mas os mais comuns incluem:
- Sangue nas fezes
- Alterações na frequência de idas ao banheiro sem causa aparente
- Alterações na forma das fezes
- Cólicas abdominais
Em estágios mais avançados, a doença pode causar anemia, perda de apetite, emagrecimento e cansaço excessivo.
O que fazer para prevenir?
- Manter um peso saudável: Adotar hábitos alimentares saudáveis e praticar atividade física regularmente são essenciais para controlar o peso e reduzir o risco de câncer.
- Consumir uma dieta equilibrada: Priorizar alimentos ricos em fibras, frutas, legumes e grãos integrais, e reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas, pode ajudar a prevenir o câncer colorretal.
- Não fumar e moderar o consumo de álcool: Esses hábitos são prejudiciais à saúde e aumentam o risco de diversos tipos de câncer.
- Realizar exames de rotina: Pessoas com histórico familiar de câncer colorretal ou outros fatores de risco devem realizar exames de rotina para detectar a doença em estágios iniciais.
Os resultados do estudo são promissores para futuras pesquisas e intervenções dietéticas que possam reduzir o risco de câncer colorretal entre os jovens. No futuro, testes que identificam metabólitos específicos poderão ajudar no monitoramento e prevenção da doença.
Entender o papel do microbioma e da dieta pode ser uma chave importante para enfrentar essa crescente ameaça à saúde pública.