O presidente do conselho de administração da Cemig Márcio Luiz Simões Utsch, disse que o governo do estado deveria retomar a ideia de privatizar a companhia de energia. Segundo a Reuters, Utsch falou sobre o assunto em reunião anual com investidores e analistas da Cemig. Ressaltou ainda que a privatização da companhia era intenção declarada do governador Romeu Zema (Novo) para o primeiro mandato e também para o atual. “Ele já falou isso várias vezes, e nós que estamos na Cemig concordamos com ele, se não concordássemos não estaríamos lá… Se não quero (privatizar) e estou lá, o que estou fazendo? Estou perdendo meu tempo. Nós queremos também, achamos que é uma boa saída”, disse.
No entanto, o executivo não citou conversas mais recentes sobre a federalização da Cemig no âmbito da renegociação da dívida do Estado com a União.
No começo de agosto em entrevista à BM&C News Zema voltou a dizer que Minas Gerais pode transferir o controle de três estatais para a União. O objetivo é reduzir a dívida do estado, que atualmente é de R$ 165 bilhões. Ativos da Cemig, da Copasa e da Codemig passariam para o governo federal. “Em Minas nós temos bons ativos, principalmente as estatais: a Cemig, a Copasa e a Codemig. No nosso ponto de vista serão cedidas para o governo federal e com isso nós, não só vamos quitar boa parte da dívida, como vamos passar a pagar um ônus muito menor daquilo que remanescer”, disse.

Zema se refere a um projeto de autoria do presidente do senado Rodrigo Pacheco (PSD), que também é Minas. O Propag – Programa de Pleno Pagamento permite que estados e o Distrito Federal possam renegociar dívidas com a União e pagar os débitos em até 30 anos e com juros menores. A proposta recebeu 70 votos a favor e 2 contrários, no Plenário do Senado e agora segue para análise e votação da Câmara dos Deputados. As dívidas estaduais somam atualmente mais de R$ 765 bilhões — a maior parte, cerca de 90%, diz respeito a quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Em contrapartida ao alívio nas contas, os estados terão que entregar à União alguns de seus bens e priorizar mais investimentos em áreas como educação, saneamento e segurança. Também será criado novo fundo federal para compensar os estados menos endividados.