No programa BM&C News de hoje (19), o economista VanDyck Silveira falou sobre as tensões entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em Brasília, que têm gerado incertezas jurídicas que podem afetar diretamente o ambiente de negócios no Brasil.
VanDyck também destacou como esses fatores aumentam o risco jurídico do país, o que pode afastar investidores estrangeiros. Ele diz que mesmo que o Brasil continue a atrair capital estrangeiro, devido a fatores como a alta taxa de juros real e uma bolsa de valores com preços atraentes, os riscos associados à instabilidade política não podem ser ignorados.
O economista classifica o crescimento do PIB como um “voo de galinha”, enfatizando que a baixa produtividade e a escassa formação de capital são problemas crônicos que limitam o potencial de longo prazo do país. “Para que o Brasil realmente se desenvolva, é necessário um aumento significativo nos investimentos em infraestrutura e produtividade, algo que não está ocorrendo na medida necessária”, alertou.
Além disso, Silveira falou sobre a necessidade de reformas estruturais para solucionar as questões fiscais do país. Ele argumenta que, sem uma reforma da Previdência mais abrangente e uma reforma administrativa que defina o tamanho do Estado, o Brasil continuará enfrentando dificuldades em equilibrar suas contas públicas. “Estamos criando uma dependência insustentável de políticas populistas, que injetam dinheiro na economia sem aumentar a produtividade. Isso apenas agrava os problemas fiscais, exigindo um aumento contínuo dos impostos ou cortes em áreas essenciais”, explicou.
Tirando as questões estruturais, Silveira destaca o impacto das políticas monetárias do Banco Central. Com a economia brasileira apresentando sinais de aquecimento, especialmente no consumo, o Banco Central pode ser pressionado a aumentar a taxa de juros para conter a inflação. “Este é um cenário desafiador. A economia real mostra um desempenho acima do esperado, mas isso pode se traduzir em uma inflação mais alta, o que forçaria o Banco Central a adotar medidas mais rigorosas”, disse.
Por fim, o economista aponta que, para que o Brasil possa atrair e manter investimentos estrangeiros de forma sustentável, é essencial que o governo federal e o Congresso Nacional demonstrem vontade política para implementar as reformas necessárias. Sem essas medidas, o país continuará vulnerável a crises cíclicas e dependerá de crescimentos econômicos pontuais, em vez de um desenvolvimento robusto e contínuo.