O ano de 2024 trouxe uma nova preocupação para a África Subsaariana: um surto de mpox que se mostra extremamente letal. Comparado ao surto de 2022, a nova cepa do vírus é cerca de dez vezes mais mortal, conforme apontam especialistas. O que antes foi rapidamente controlado em diversas regiões, agora se apresenta como uma situação complexa e alarmante.
Após declarar o fim da crise de saúde ligada à varíola dos macacos em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se viu forçada a reverter sua decisão diante da nova emergência nos países da África Subsaariana. Desde janeiro de 2024, foram registrados mais de 15 mil casos e 461 mortes, revelando um cenário desafiador e que requer atenção imediata.
Diferença em relação a distribuição geográfica
O mpox, antes endêmico em locais como a República Democrática do Congo (RDC), agora se alastrou para pelo menos 13 outros países africanos, incluindo Ruanda, Quênia, Burundi e Uganda. Cidades como Kamituga, no leste da RDC, são identificadas como focos iniciais. Trabalhadores migrantes nas minas, que frequentemente interagem com profissionais do sexo, foram os primeiros afetados e, ao retornarem a seus países, contribuíram para a disseminação do vírus.
Diferença em relação aos grupos afetados
- Grupos populacionais: O surto de 2024 afetou grupos populacionais distintos dos observados em surtos anteriores,incluindo homens que fazem sexo com homens e comunidades LGBTQIA+.
- Transmissão: A forma de transmissão do vírus também apresentou algumas particularidades, com relatos de casos adquiridos em eventos sociais e festas, sugerindo novas rotas de transmissão.
Por que o surto atual é considerado mais letal?
- Mutações: O vírus da mpox sofreu mutações ao longo do tempo, o que pode ter influenciado sua transmissibilidade e virulência. Estudos genômicos são essenciais para identificar e monitorar essas mudanças.
A cepa atual, conhecida como clado 1, tem alarmado os especialistas devido à sua elevada taxa de mortalidade, especialmente entre crianças menores de 5 anos, mulheres grávidas e pessoas imunocomprometidas. A gravidade do surto atual é acentuada pela adaptabilidade do vírus em se propagar entre humanos.
De acordo com especialistas, a principal razão para a severidade do surto de 2024 é a falta de medidas de controle e vigilância adequadas após a crise de 2022. A nova variante mostra uma capacidade letal consideravelmente maior. Com uma taxa de mortalidade potencial de até 10%, o clado 1 se diferencia significativamente do clado 2, responsável pelo surto de 2022 que apresentou uma taxa de mortalidade inferior a 1%.
Como prevenir a disseminação do Mpox?
Para conter o surto, é necessário implementar uma série de medidas rigorosas e coordenadas. Entre as ações essenciais estão:
- Rastreamento detalhado dos contatos dos infectados
- Isolamento imediato dos casos confirmados
- Testagem em massa para identificação precoce
- Campanhas de vacinação em larga escala
Importância da colaboração internacional
Para enfrentar essa ameaça, é crucial a cooperação internacional. A comunidade global deve fornecer recursos e expertise para ajudar os países africanos a implementar medidas eficazes de controle. Apenas com um esforço coletivo e a disponibilização de recursos necessários será possível reduzir a transmissão do vírus e controlar este surto devastador.
É importante ressaltar que a compreensão completa das diferenças entre os surtos de mpox ainda está em evolução. Novos estudos e análises de dados são necessários para elucidar os mecanismos por trás dessas diferenças e informar as estratégias de prevenção e controle da doença.