O governo federal projeta um novo valor para o salário mínimo de 2025, que deverá ser de R$ 1.509. Esse aumento representa um acréscimo nominal de 6,87% em relação ao salário mínimo atual de R$ 1.412. A elevação considera fatores como a inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB), alinhando-se à política de valorização do salário mínimo.
Essa proposta foi divulgada na Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, com uma estimativa inicial de R$ 1.502. No entanto, a Secretaria de Política Econômica (SPE) revisou a previsão, elevando-a para R$ 1.509, como relatado pelo Estadão/Broadcast.
Por que o salário mínimo é importante para a economia?

O valor do salário mínimo é crucial não apenas para os trabalhadores que recebem essa quantia, mas também para a economia em geral. Ele serve como referência para o reajuste de diversos benefícios sociais e previdenciários, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o seguro-desemprego.
Qual será o impacto do novo salário mínimo?
Com o aumento para R$ 1.509, calcula-se que cada real acrescido ao salário mínimo represente um impacto de aproximadamente R$ 370 milhões no Orçamento. Isto se deve à vinculação do mínimo a benefícios previdenciários, abono salarial e outros programas assistenciais.
Política de valorização do salário mínimo
Desde abril do ano passado, o governo Lula retomou a política de corrigir o salário mínimo anualmente pela inflação mais a variação do PIB consolidado de dois anos atrás. Tal abordagem já havia sido aplicada de 2006 a 2019 e foi reinstituída para garantir a valorização do poder de compra dos trabalhadores.
Revisão de estimativas futuras
Segundo as novas projeções, o salário mínimo deve ser de R$ 1.595 em 2026, R$ 1.687 em 2027 e R$ 1.783 em 2028. Estas estimativas são baseadas na atualização do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi ajustado de 3,25% para 3,65% para o próximo ano.
Quais são os desafios dessa política?
Embora a valorização do salário mínimo seja vista como positiva para os trabalhadores, ela traz desafios econômicos significativos. A política de reajuste tem acelerado o crescimento dos gastos obrigatórios do governo, como benefícios previdenciários e assistenciais.
Na terceira revisão bimestral de receitas e despesas, divulgada em 22 de julho, o governo informou que espera gastar mais R$ 4,9 bilhões com a Previdência e R$ 6,4 bilhões com o BPC em 2024. Esses gastos estão crescendo acima do limite permitido pelo novo arcabouço fiscal (2,5% acima da inflação), o que pode comprometer outras despesas no Orçamento.
Como o governo tem reagido?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a equipe econômica estão resistindo a qualquer discussão sobre desvincular os benefícios previdenciários do salário mínimo. Essa medida poderia aliviar a pressão sobre os gastos obrigatórios, mas também poderia comprometer o poder de compra e a segurança financeira de milhões de brasileiros.
Principais pontos da previsão para o salário mínimo
- Projeção para 2025: R$ 1.509
- Aumento nominal de 6,87% em relação ao atual R$ 1.412
- Baseado no INPC + PIB de dois anos atrás
- Impacto significativo no Orçamento: R$ 370 milhões por real aumentado
- Desafios para o controle dos gastos obrigatórios
O debate sobre o salário mínimo é complexo e envolve múltiplos aspectos econômicos e sociais. A política de valorização busca garantir um nível de vida digno para os trabalhadores, ao mesmo tempo em que desafia a sustentabilidade fiscal do país. Continuaremos acompanhando as discussões e os impactos dessa importante decisão.