O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (5) que o WhatsApp está sendo usado para ameaçar o país. Durante um discurso na Marcha da Juventude e dos Estudantes pela Defesa da Paz, Maduro pediu à população venezuelana que desinstale o aplicativo e migre para outras plataformas, como o Telegram, de origem russa, e o WeChat, da China.
A declaração de Maduro foi transmitida ao vivo pelo seu canal no YouTube, onde ele enfatizou sua decisão pessoal de romper relações com o WhatsApp. “Vou eliminar o WhatsApp do meu telefone para sempre. Pouco a pouco, vou passando meus contatos para o Telegram e o WeChat”, disse ele. O presidente venezuelano também incentivou os jovens presentes no evento a abandonar o aplicativo, que, segundo ele, está sendo utilizado para ameaçar a juventude e os líderes políticos que não apoiam o “fascismo”.
Em resposta, a Meta, empresa que controla o WhatsApp, se recusou a comentar as declarações de Maduro.
Imagem: Internet.
Crise política na Venezuela
Nicolás Maduro foi declarado vencedor das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. O órgão eleitoral, liderado por um aliado de Maduro, anunciou a reeleição do presidente com 51,95% dos votos, enquanto seu principal opositor, Edmundo González, obteve 43,18%, com 96,87% das urnas apuradas.
No entanto, a oposição venezuelana e a comunidade internacional contestam os resultados. A contagem paralela da oposição afirma que González venceu com 67% dos votos. Com base nisso, vários países, incluindo Estados Unidos, Argentina e Peru, declararam que González foi o verdadeiro vencedor.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também se recusou a reconhecer os resultados das eleições, alegando manipulação por parte do governo de Maduro. O relatório da OEA destacou que o regime venezuelano distorceu o resultado eleitoral por meio de repressão e manipulação.
Brasil, Colômbia e México emitiram uma nota conjunta pedindo a divulgação das atas eleitorais e uma solução pacífica e institucional para o impasse eleitoral na Venezuela.