Durante o programa BM&C News de hoje (15), o economista Vandyck Silveira expôs sua preocupação com o crescente desequilíbrio fiscal no Brasil, atribuindo a responsabilidade não apenas ao governo, mas também ao Legislativo.
Segundo Silveira, o Congresso tem contribuído significativamente para o aumento da dívida pública ao aprovar medidas como a desoneração da folha de pagamento, que ele considera “um absurdo”. Para o economista, essas iniciativas são resultado de lobbies industriais que acabam criando “buracos no orçamento” e dificultando a busca por um equilíbrio fiscal sustentável.
Silveira critica o Legislativo brasileiro por sua postura venal e pela prática da politicagem, que, segundo ele, visa perpetuar dinastias políticas em detrimento do bem-estar econômico do país. “O Legislativo não tem um projeto claro para o país. Sua meta é engrandecer seu poder e executar cada vez mais uma parte significativa do orçamento”, afirmou o economista.
Ele defende que uma reforma política, incluindo o voto distrital, seria essencial para combater a imoralidade no Parlamento e evitar parte dos problemas que o Brasil enfrenta hoje.
Por outro lado, Vandyck Silveira elogiou a atuação do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descrevendo-o como “a voz da sanidade dentro do governo”. Desde que assumiu o cargo, Haddad tem surpreendido Silveira pela sua capacidade de articulação entre o Partido dos Trabalhadores (PT), o governo, o mercado financeiro e o restante do país. “Haddad tem liderado o Ministério da Fazenda de forma exemplar, buscando equilibrar as finanças públicas mesmo diante de um cenário político tão adverso”, comentou.
O economista também apontou a necessidade de o governo abordar de forma mais incisiva a questão das benesses fiscais, que atualmente representam quase 6% do PIB, cerca de 600 bilhões de reais. Para ele, essas isenções precisam ser revisadas e rediscutidas no âmbito da reforma tributária, pois são um dos maiores obstáculos para a saúde fiscal do país.
Vandyck Silveira conclui que, embora o governo atual tenha sua parcela de culpa por ser gastador, o Legislativo também é uma contraparte preocupante que cria barreiras para qualquer tentativa de se alcançar um equilíbrio fiscal sustentável. “Sem uma composição com o Congresso, será muito difícil o governo se livrar dessa amarra fiscal”, alerta o economista, ressaltando a urgência de uma ação conjunta entre Executivo e Legislativo para solucionar esses problemas.