Gabriel Galípolo é o próximo presidente do Banco Central? Essa é a pergunta que tem agitado o mercado financeiro brasileiro nas últimas semanas. Com uma postura mais rígida em relação à inflação, Galípolo tem sinalizado a possibilidade de aumento das taxas de juros caso as expectativas inflacionárias permaneçam desancoradas.
Segundo Mario Goulart, criador do canal “O Analisto” e convidado do programa Pre-Market, essa mudança de postura é vista como um alívio para o mercado, que estava em pânico até poucos dias atrás.
Na última semana, o mercado passou por uma reviravolta. O dólar, que chegou a bater R$ 5,90, voltou para a casa dos R$ 5,50 após seis quedas consecutivas, enquanto a bolsa de valores acumulou seis altas seguidas.
Para Goulart, essa recuperação rápida foi impulsionada por dois fatores principais: o silêncio do Presidente da República, que parou de atacar o Banco Central, e as sinalizações de Galípolo sobre sua disposição em controlar a inflação.
Goulart destaca que o presidente percebeu que suas críticas ao Banco Central e a Roberto Campos Neto estavam causando um impacto negativo no mercado. “A pressão sobre o dólar e a economia, provocada pelas declarações do presidente e pela política de represamento de preços da Petrobras, teve efeitos diretos na inflação e no poder de compra dos brasileiros”, explicou.
A política de preços da Petrobras, que optou por represar os aumentos de combustíveis para os consumidores finais, também foi abordada por Goulart. Ele apontou que essa decisão, combinada com um dólar alto, pressiona toda a cadeia produtiva, afetando desde os combustíveis até os alimentos.
Essa pressão contribuiu para o aumento da inflação e para o stress no mercado, mas a recente calmaria sugere que as medidas adotadas podem estar começando a surtir efeito.
O cenário externo também influenciou positivamente a recuperação do mercado. Declarações do Banco Central do Japão, que indicou a manutenção das taxas de juros, e dados de emprego dos Estados Unidos, que afastaram temporariamente o temor de uma recessão, ajudaram a aliviar a pressão sobre os ativos brasileiros. “A combinação desses fatores contribuiu para uma mudança significativa no humor do mercado, afastando o pânico e trazendo de volta o otimismo”, comentou Goulart.
Apesar do alívio momentâneo, Goulart alerta que a estabilidade ainda é frágil e depende da continuidade de uma política econômica responsável e do controle da inflação. “O mercado está mais calmo agora, mas a situação ainda é delicada. Precisamos ver como Gabriel Galípolo, se confirmado como presidente do Banco Central, lidará com os desafios à frente. A inflação e a política econômica do governo continuarão sendo fatores cruciais para a confiança dos investidores.”