Nesta quarta-feira (14), foi divulgado que o índice de preços ao consumidor (CPI) em julho dos Estados Unidos sobe 0,2%, em linha com a expectativa. Vale lembrar que em junho, houve deflação de 0,1%.
Ainda sobre o dado, na base anual, CPI de julho ficou em mais 2,9%, abaixo da expectativa de 3,0%. Em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, ficou com mais 3,0%. Assim, o mercado compara com a meta de inflação que o Federal Reserve, que deve perseguir os 2% ao ano.
Por fim, foi informado que núcleo do CPI em julho fica sobe 0,2%, em linha com a expectativa. Em junho, o núcleo da inflação ao consumidor subiu 0,1%.
Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, destacou que essa evolução positiva do CPI mantém a tendência de controle dos preços, porém sem grandes surpresas.
Esse dado, embora abaixo do mês anterior, reforça a ideia de que o mercado de trabalho e a economia americana estão atravessando um período de estabilização, sem grandes mudanças bruscas. Sousa considera que, apesar dessa variação, o impacto sobre as expectativas de cortes adicionais na taxa de juros dos Treasuries não deve ser significativo.
A análise dos componentes do CPI revela que o índice de moradia teve um aumento de 0,4% em julho, representando quase 90% do crescimento mensal do índice geral. Já os preços de energia mantiveram-se estáveis após dois meses de queda, enquanto o índice de alimentos subiu 0,2%, em linha com as expectativas. William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue Securities, ressalta que a estabilidade nos preços da energia e a alta moderada dos alimentos são sinais positivos para a economia, mas que ainda é cedo para comemorar.
No geral, os especialistas concordam que o resultado do CPI de julho corrobora a visão de que o Federal Reserve tem espaço para iniciar uma redução gradual das taxas de juros. Contudo, Alves adverte que é prematuro discutir cortes mais agressivos, pois será necessário observar mais alguns meses de dados positivos para confirmar a trajetória benigna da inflação e garantir que o banco central americano consiga atingir sua meta de inflação de maneira sustentável.