Ibovespa fecha em alta nesta segunda-feira (12), começando a semana com o pé direito, com ações de peso relevante na composição da carteira teórica do índice, embalando ganhos consistentes. No pano de fundo, investidores monitoraram falas de membros do Banco Central sobre juros, inflação e credibilidade fiscal.
Segundo análise de Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital, o Ibovespa conseguiu fechar em alta, muito por conta do cenário externo com dados dos EUA que vieram positivos pós payroll (ICM de serviço e Auxilio desemprego) e também em ritmo de cautela à espera dos dados do CPI que serão divulgados na quarta-feira. O mercado deu uma aliviada na ideia de que o país estaria entrando em recessão e está mais otimista.
Além disso, tivemos muita entrada de fluxo estrangeiro na semana passada, em especial no dia 08, com 350milhões de entrada. No cenário interno, tivemos o FOCUS com anúncio de aumento da projeção de inflação para 2024 em 4,20% (antes 4,12%). Em linha, tivemos Campos Neto em evento na FGV dizendo que a inflação do País ainda está rodando acima da meta, e que o banco central não medirá esforços para tentar contê-la, independente do presidente Lula, reafirmando o compromisso com a meta.
Essa fala de Campos Neto abre margem de que se a inflação não for controlada, o banco central pode sim aumentar novamente os juros do país, quer queira o presidente ou não. Na minha visão, isso demonstra que a situação fiscal do país está sendo gerida de perto e com muita cautela, tanto pelo banco central, quanto pelo governo que está se empenhando para entregar os cortes de gastos prometidos.
As ações da Petrobras sobem com a alta dos barris de petróleo. Ações da Magazine Luiza em alta devido ao balanço do segundo trimestre divulgado na semana passada. Além disso, o cenário projetado pelo Focus no dia de hoje de câmbio (5,30%) de juros (10,50%) estáveis para final de 2024 beneficiam a empresa, assim como outras varejistas como Casas Bahia, que também sobe refletindo o otimismo com esses dados.
AZUL com grande queda devido ao prejuízo trimestral demonstrado e revisão das previsões para o final do ano, revertendo o lucro registrado no mesmo trimestre do ano passado. Ações da Braskem em queda devido a divulgação de prejuízo no segundo trimestre. A empresa informou que o trimestre teve paradas programadas e não programadas, e as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul tiveram impactos.
O Dólar hoje está em queda, muito por causa do medo de uma recessão nos EUA, mas que está diminuindo, já que os dados que saíram pós payroll vieram bons, e isso fez com que os investidores que estavam saindo de ativos de risco retomassem a busca por eles, e com isso temos a valorização de moedas de países emergentes como Brasil, Chile. Além disso, tivemos um grande aporte de Investidores estrangeiros na bolsa, R$ 355milhões, o que também fez com o que o real se valorize diante do Dólar.
O foco dessa semana está voltado para novos dados dos EUA, índice de preços aos produtos (PPI na terça-feira) e dados de inflação ao consumidor (CPI na quarta feria), auxílio desemprego e vendas no varejo na quinta. Um dado do CPI muito abaixo do esperado pode voltar com o receio de uma recessão nos EUA, mesmo que não seja essa a expectativa.
Confira os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 131.115,90 (+0,38%)
- S&P 500: 5.344,38 (0,00%)
- Nasdaq: 16.780,61 (+0,21%)
- Dow Jones: 39.357,01 (-0,36%)
- Dólar: R$ 5,49 (-0,34%)
- Euro: R$ 6,00 (-0,23%)