Na última semana, um bebê de apenas 47 dias veio a óbito devido a complicações causadas pela infecção por Oropouche. A criança apresentava microcefalia, malformação das articulações e outras anomalias congênitas, problemas estes que ocorrem durante a gravidez. A mãe, de 33 anos, teve sintomas como erupções cutâneas e febre durante o segundo mês de gestação, o que levou à suspeita de Oropouche.
Os exames pós-parto que confirmaram a infecção foram realizados no Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém. Estas análises foram cruciais para descartar outras possíveis causas diagnósticas. Esta situação destaca a necessidade urgente de entender melhor como o Oropouche pode provocar tais anomalias.
Como a infecção por Oropouche está relacionada às anomalias congênitas?
O Ministério da Saúde sublinhou que ainda há muito a ser investigado sobre a ligação entre a infecção por Oropouche e as anomalias congênitas. Alguns fatores podem estar relacionados:
- Transmissão vertical: A infecção do bebê se deu durante a gestação, ou seja, a mãe transmitiu o vírus para o feto. Essa transmissão vertical de vírus, embora rara, já foi observada em outras doenças infecciosas e pode levar a malformações congênitas.
- Inflamação e dano tecidual: A infecção viral pode causar uma resposta inflamatória no organismo materno e fetal,levando a danos nos tecidos em desenvolvimento, especialmente no sistema nervoso central.
- Interferência no desenvolvimento fetal: O vírus pode interferir diretamente no desenvolvimento de órgãos e sistemas do feto, causando malformações.
Qual é a situação atual dos casos de Febre Oropouche no Brasil?
Até o momento, apenas este ano, já foram registrados 7.497 casos de febre Oropouche em 23 estados, segundo dados compilados até o dia 6 de agosto. A região Norte, especificamente os estados do Amazonas e Rondônia, concentra a maioria desses casos. Recentemente, também foi confirmado um primeiro caso de óbito fetal causado por transmissão vertical da Febre Oropouche em Pernambuco. A gestante, com 28 anos, estava na 30ª semana de gestação.
Há ainda um caso de óbito em Santa Catarina em fase de investigação. Estes registros mostram a crescente necessidade de estudar melhor a transmissão e os efeitos dessa infecção.
Qual é o papel da vigilância em saúde na contenção do Oropouche?
A Sala Nacional de Arboviroses, coordenada pelo Ministério da Saúde, está tomando medidas proativas para conter a disseminação do vírus Oropouche. Segundo a pasta, é essencial ouvir as análises e recomendações dos especialistas para criar estratégias mais eficazes de controle da doença. Em virtude do surgimento inédito de casos de transmissão vertical, ações de vigilância e assistência à saúde estão sendo aprimoradas.
O Ministério da Saúde também está promovendo discussões intersetoriais e seminários científicos para facilitar a troca de conhecimentos e experiências sobre a infecção por Oropouche. Este esforço conjunto visa intensificar a capacidade de resposta e a competência das equipes de saúde em todo o país.
Prevenção da Febre Oropouche
A infecção por Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos e pode causar sintomas semelhantes aos da dengue, como febre, dor de cabeça, dor muscular e erupções cutâneas.
A conscientização e a educação sobre prevenção são fundamentais. Portanto, é importante que a população esteja sempre informada sobre os modos de transmissão e as medidas preventivas para evitar a propagação do vírus Oropouche.
- Utilizar repelentes de insetos.
- Instalar redes de proteção em portas e janelas.
- Evitar acúmulo de água parada.
- Buscar atendimento médico ao notar sintomas.
Com a mobilização conjunta de autoridades de saúde, instituições de pesquisa e a sociedade, é possível avançar no entendimento e controle da infecção por Oropouche.