O especialista VanDyck Silveira falou durante o programa BM&C News de ontem sobre as semelhanças entre os cenários econômicos dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, questionando se o Brasil está caminhando para uma crise econômica similar à enfrentada há uma década. Silveira argumenta que, embora Lula seja mais experiente e inteligente em termos de gestão econômica, ele continua insistindo em políticas que já se provaram ineficazes em outras partes do mundo.
Silveira critica duramente o modelo de crescimento econômico adotado pelo atual governo, caracterizado pelo aumento dos gastos públicos e transferência de renda como forma de impulsionar o consumo e o PIB. Segundo o especialista, esse tipo de crescimento é temporário e não sustentável, pois falta investimento em áreas que poderiam gerar ganhos reais de produtividade. “Estamos criando um cenário onde a crise econômica pode se intensificar entre 2025 e 2026”, alerta.
Outro ponto de destaque na análise de Silveira é a falta de investimento privado no país, algo que ele atribui ao alto consumo governamental e às regras rígidas de gastos públicos, que incluem obrigatoriedade de despesas em áreas como educação e saúde. Essa situação, segundo ele, impede a valorização real dos salários e mantém o Brasil preso na “armadilha da renda média”, uma condição de estagnação econômica que já dura 40 anos.
A questão fiscal também foi abordada com preocupação, principalmente no que se refere à Previdência Social e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). Silveira enfatiza que sem uma reforma significativa e cortes nos gastos, o Brasil não conseguirá alcançar superávits fiscais necessários para reduzir a dívida pública, que já está em níveis preocupantes. Embora a relação dívida/PIB ainda não seja catastrófica, Silveira aponta que a manutenção das altas taxas de juros está pressionando o crescimento dessa dívida, colocando o país em uma trajetória perigosa.
Concluindo sua análise, VanDyck Silveira destacou a necessidade urgente de reformas estruturais e de uma gestão fiscal responsável para que o Brasil possa atrair investimentos privados e retomar um caminho de crescimento sustentável. Sem essas medidas, o especialista prevê um agravamento dos problemas econômicos do país nos próximos anos, com possíveis consequências severas para a população e o mercado.