Em uma medida inesperada, o governo brasileiro retirou a bandeira nacional da embaixada argentina em Caracas, a pedido do regime de Nicolás Maduro. A decisão foi tomada na sexta-feira, 2 de agosto, e ocorreu após a expulsão dos diplomatas argentinos, deixando a embaixada sob a responsabilidade do Brasil.
Motivos da Retirada
O governo brasileiro optou por retirar a bandeira para evitar a intensificação de tensões diplomáticas com o regime de Maduro. O Brasil, que assumiu a custódia da embaixada argentina e da peruana na Venezuela, também atua como mediador nas negociações entre o regime de Maduro e a oposição venezuelana. A decisão é vista como uma tentativa de manter um diálogo construtivo e não agravar a situação.
Imagem: Internet.
Situação dos Asilados Políticos
A embaixada argentina abriga atualmente seis asilados políticos venezuelanos que são figuras de destaque na oposição ao governo de Maduro. De acordo com a Convenção de Asilo Diplomático, esses asilados têm o direito de deixar o país com os diplomatas que lhes concederam proteção. No entanto, a Venezuela tem impedido essa saída, gerando um impasse diplomático.
Mediadores nas Negociações
Brasil, México e Colômbia, principais mediadores das negociações com a Venezuela, estão considerando enviar seus chanceleres a Caracas para dialogar diretamente com o regime de Maduro e com Edmundo González, diplomata e candidato opositor atualmente protegido. Caso uma visita presencial não seja viável, uma videochamada de alto nível envolvendo os presidentes Lula, Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México) está sendo considerada.
Questões Eleitorais e Retaliações
O governo brasileiro continua pressionando Caracas para a divulgação das atas eleitorais da última eleição presidencial, enquanto o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela atualizou a contagem de votos, reafirmando a vitória de Maduro. O regime venezuelano também retaliou países que criticaram sua reeleição, suspendendo temporariamente todos os voos comerciais com Panamá, República Dominicana e Peru.
Resposta Internacional
Em resposta às retaliações venezuelanas, o presidente do Panamá, José Raul Mulino, proibiu voos entre os dois países, afetando operações de empresas aéreas e a zona franca de Colón. Mulino criticou a comunidade internacional pela falta de ação em relação à situação na Venezuela, destacando a necessidade de um posicionamento mais firme diante da crise.