Os American Depository Receipts (ADRs) são instrumentos financeiros que permitem aos investidores acessar empresas de todo o mundo dentro do mercado americano. A equipe da corretora digital Avenue, com sede nos EUA, detalhou como os ADRs podem ser incorporados na construção de carteiras de investimentos diversificadas e rentáveis.
Em primeiro lugar, ADRs são recibos que representam ações de empresas estrangeiras. Por exemplo, uma empresa japonesa com capital aberto na bolsa do Japão pode optar por negociar suas ações nos Estados Unidos. Funciona assim: um banco depositário compra essas ações no país de origem, as mantém em custódia e cria um recibo correspondente, que é negociado nas bolsas americanas, como a NYSE, NASDAQ ou no mercado de balcão (OTC).
Esse mecanismo permite aos investidores estrangeiros acessarem uma ampla gama de empresas sem a necessidade de abrir conta em uma corretora estrangeira. Atualmente, existem mais de 2.000 ADRs de mais de 70 países no mercado americano. É importante lembrar que os ADRs são negociados em dólares, e o retorno do investimento depende tanto da variação da ação no país de origem quanto da flutuação da moeda local em relação ao dólar.
Por exemplo, se uma ação de uma empresa japonesa subir 5% no Japão e o Iene se valorizar 5% em relação ao dólar, o ADR nos EUA poderia subir aproximadamente 10%. O inverso também é verdadeiro: se a ação cair 5% e o Iene desvalorizar 5%, o ADR poderia cair 10%. Esse risco cambial é um dos principais fatores que os investidores devem considerar ao comprar ADRs.
Além do risco cambial, os ADRs estão sujeitos a riscos políticos e econômicos dos países onde as empresas estão sediadas. Também há um custo associado aos ADRs, conhecido como ADR Fee.
Essa taxa é cobrada pelo banco depositário pelo serviço de disponibilização desse produto e pode ser cobrada de forma mensal, trimestral, semestral ou anual, a critério do banco depositário.
Tipos de ADRs
Existem três tipos de ADRs: níveis 1, 2 e 3. O nível 1 é o mais básico, onde a empresa deseja negociar nos Estados Unidos, mas não quer divulgar completamente suas informações financeiras. Por isso, esses ADRs têm baixa liquidez e são negociados no mercado de balcão. Os ADRs de nível 2 estão na parte intermediária.
As empresas de nível 2 precisam divulgar suas informações financeiras de acordo com a SEC (Securities and Exchange Commission) e podem ser negociadas na Nasdaq e na NYSE, o que garante maior liquidez em comparação ao mercado OTC.
O nível 3 é o mais alto e, além de cumprir todos os requisitos dos níveis anteriores, permite que as empresas realizem ofertas públicas de novas ações no mercado americano, seguindo as regulamentações da SEC, oferecendo, assim, a maior liquidez.
Além dos tipos, os ADRs podem ser patrocinados ou não. Nos ADRs patrocinados, a empresa de origem coopera com o banco depositário para negociar os recibos no mercado americano, estando em conformidade com a legislação local.
Nos ADRs não patrocinados, a empresa não influencia a distribuição dos recibos, e o banco depositário faz todo o processo por interesse próprio, sem obrigatoriedade de divulgação dos relatórios financeiros. A maioria dos ADRs é patrocinada.