O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira. Lula relembrou a declaração de Campos Neto sobre a política de valorização do salário mínimo e o aumento da inflação, questionando o “respeito” pela população. O presidente indicou que ficou surpreso com a afirmação.
— Esses dias o presidente do Banco Central deu uma declaração pra imprensa que eu não quis acreditar. O cidadão jovem, bem-sucedido na vida, diz o seguinte: “Esse negócio de aumento do salário mínimo e massa salarial crescendo pode gerar inflação”. Significa que para não ter inflação o povo precisa ganhar pouco? É preciso? — questionou Lula.
Lula citava uma entrevista de Campos Neto à CNN Brasil, em abril de 2024, que chamou atenção recentemente nas redes sociais. Naquela ocasião, o presidente do Banco Central destacou a preocupação de um impacto inflacionário com a tendência de pleno emprego.
O que o Lula falou sobre a inflação?
De acordo com Lula, a fala de Roberto Campos Neto gerou consternação, especialmente pelo fato de que foi dada após a divulgação do PIB trimestral pelo IBGE, que registrou taxa de desemprego em 7,9%, a menor desde 2014.
— Será que essa pessoa não tem respeito? Será que as pessoas pensam que alguém ganha salário mínimo, quer ganhar salário mínimo? Será que pensa que o Brasil é pobre porque quer ser pobre? Não. Dê oportunidade ao pobre que ele vai fazer como fez esse pernambucano aqui, virar presidente da República — disse Lula.
O questionamento de Lula reflete uma preocupação maior sobre as políticas de valorização do salário mínimo e o impacto nas camadas mais desfavorecidas da sociedade.
Quais foram as críticas do Lula?
As críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não são novidade, mas a continuidade das críticas anteriores tinha diminuído. Agora, a ofensiva de Lula ocorre a menos de uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidirá sobre a taxa Selic, atualmente em 10,5%.
- Taxa de desemprego em 7,9% no primeiro trimestre de 2024
- Proposta de renegociação das dívidas estaduais
- Anúncio de novas obras do PAC
- Próxima reunião do Copom para discutir a Selic
Quais são os próximos passos dessa disputa?
Lula pretende seguir pressionando por mudanças no Banco Central e maior consideração por parte de seus dirigentes em relação às políticas sociais. A próxima semana, com a reunião do Copom, será decisiva para o cenário econômico do país, especialmente no que tange à taxa de juros e ao crescimento econômico.