Com a chegada do inverno, muitas pessoas começam a sentir os efeitos das alergias respiratórias e infecções, complicando suas rotinas diárias. Doenças como asma, rinite e dermatite atópica tendem a piorar devido ao frio e ao ar seco. Além disso, a permanência em ambientes fechados aumenta a exposição a alérgenos como ácaros e pelos de animais domésticos.
A gripe e o resfriado também são comuns nessa época do ano, e saber diferenciá-los é vital. “A gripe, causada pelo vírus Influenza, é mais severa, com febre alta e dores musculares intensas. Já o resfriado, geralmente causado por rinovírus, apresenta sintomas mais leves, como coriza e congestão nasal”, explica Sabrina Soares, infectologista do Hospital Badim (RJ).
Por que as alergias se intensificam no inverno?
As alergias tendem a se intensificar no inverno devido a uma combinação de fatores:
- Ar seco: O ar frio e seco do inverno diminui a umidade do ambiente, o que irrita as mucosas respiratórias e as torna mais sensíveis aos alérgenos.
- Ambientes fechados: Com a queda das temperaturas, tendemos a passar mais tempo em ambientes fechados, como casas e escritórios. Isso aumenta a exposição a alérgenos como ácaros, mofo e pelos de animais, que se acumulam nesses locais.
- Variações de temperatura: As constantes mudanças de temperatura podem desencadear crises alérgicas em pessoas mais sensíveis.
- Poluição: A poluição do ar, que aumenta em algumas regiões no inverno, também pode agravar os sintomas alérgicos.
Principais alérgenos do inverno:
- Ácaros: Pequenos insetos que se alimentam de células mortas da pele humana e se proliferam em ambientes úmidos e quentes, como colchões, travesseiros e carpetes.
- Mofo: Fungos que se desenvolvem em ambientes úmidos e com pouca ventilação, como banheiros e cozinhas.
- Pelos de animais: A pelagem dos animais de estimação pode causar alergia em algumas pessoas.
- Poeira: Partículas microscópicas que se acumulam em superfícies e podem conter alérgenos como ácaros e mofo.
Como diferenciar infecções Virais e Bacterianas?
A distinção entre infecções virais e bacterianas é crucial para um tratamento eficaz. Soares esclarece que infecções bacterianas geralmente apresentam uma piora acentuada do estado geral, com febre alta e sintomas prolongados. “Geralmente, as infecções bacterianas seguem as virais, necessitando de diagnóstico preciso através de testes de detecção de vírus e exames de sangue”, completa Marcello Bossois, alergista e imunologista e coordenador do Brasil Sem Alergia.
As infecções virais podem abrir caminho para doenças bacterianas, especialmente em grupos vulneráveis como crianças e idosos. “Infecções virais, ao produzirem muito muco, facilitam a entrada de bactérias, podendo evoluir para pneumonias bacterianas”, explica Bossois.
Quais são as “Ites” do Inverno?
No inverno, diversas doenças terminadas em “ite” se tornam mais comuns. “Bronquite, sinusite, bronquiolite, faringite, entre outras, são inflamações que podem ter origem alérgica ou infecciosa”, diz Bertocco.
- Sinusite: Pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, e sua diferenciação é fundamental para o tratamento adequado.
- Bronquiolite: Especificamente é causada pelo vírus sincicial respiratório, afetando principalmente crianças e idosos.
Como prevenir alergias e doenças respiratórias?
- Mantenha o ambiente limpo: Aspire regularmente carpetes, tapetes e móveis, lave roupas de cama com água quente e use capas antialérgicas em colchões e travesseiros.
- Umidifique o ar: Utilize um umidificador para aumentar a umidade do ambiente, especialmente nos quartos.
- Evite contato com alérgenos: Retire tapetes e carpetes, lave as mãos frequentemente e evite contato com animais de estimação, se for alérgico.
- Use medicamentos: Consulte um médico para obter orientação sobre o uso de anti-histamínicos e outros medicamentos para aliviar os sintomas.
- Hidrate a pele adequadamente e evite banhos muito quentes para prevenir a piora da dermatite atópica.
Lembre-se: Se você sofre com alergias, é importante consultar um alergista para um diagnóstico preciso e tratamento adequado.
Além disso, para prevenir doenças respiratórias no inverno, a vacinação contra gripe e Covid-19 é fundamental, principalmente para grupos de risco. “Manter ambientes arejados, evitar aglomerações e usar máscaras são medidas essenciais para reduzir a transmissão de vírus”, reforça Soares.
- Atenção aos sinais de infecção bacteriana, como secreções amareladas ou esverdeadas, que indicam a necessidade de intervenção médica.
- Procure assistência médica ao perceber sintomas persistentes ou severos para um acompanhamento adequado.
Quais os cuidados que devemos ter com crianças e idosos?
Grupos vulneráveis, como crianças e idosos, merecem atenção redobrada. “As crianças são mais suscetíveis a infecções como bronquiolite, que pode levar ao desenvolvimento de asma”, explica Bossois. “Já os idosos, com o sistema imunológico mais frágil, estão em maior risco de complicações graves de gripes e infecções bacterianas.”
Portanto, é crucial manter a vacinação em dia e adotar hábitos saudáveis. “Ambientes ventilados, alimentação balanceada e evitar exposição a aglomerações são cuidados essenciais para proteger esses grupos”, conclui Bertocco.