O setor varejista brasileiro tem enfrentado uma queda significativa em 2024, influenciado por tendências desanimadoras e debates fiscais que pressionam empresas domésticas e alavancadas, conforme apontado pelo JPMorgan.
Segundo análise do banco, as avaliações das empresas do setor estão próximas das mínimas históricas, sendo negociadas entre 9 e 13 vezes o P/L estimado para 2025. Normalmente, isso seria considerado uma avaliação razoável para o setor.
Estratégia do JPMorgan para o Curto Prazo
Apesar da perspectiva favorável para o médio prazo, o JPMorgan destaca que, no curto prazo, as discussões de valuation são secundárias. O foco deve estar em cinco aspectos principais:
- Momentum: Potenciais revisões ascendentes nos lucros estimados.
- Nível de alavancagem: Impacto do cenário macroeconômico no lucro por ação.
- Geração de fluxo de caixa livre.
- Crescimento e visibilidade dos lucros.
- Posicionamento do mercado.
Recomendações de Investimento em LREN3 e NTCO3
Dentro desse contexto, o JPMorgan recomenda a exposição de curto prazo através da Lojas Renner (LREN3) e Natura&Co (NTCO3), ambas com recomendação overweight. A expectativa é de revisões ascendentes nos lucros por ação.
Em seu relatório, o banco também cita a RD Saúde (ex Raia Drogasil, RADL3) e Smart Fit (SMFT3), destacando o crescimento sólido, visibilidade e resiliência dessas empresas. A Vivara (VIVA3) poderia figurar entre as principais escolhas, mas a governança e os riscos de grandes mudanças na estratégia podem afetar o desempenho das ações.
Varejo de Alimentos e Competitividade
Embora o setor de varejo de alimentos atenda a maioria das preocupações de curto prazo, o JPMorgan acredita que a volatilidade dos resultados deve permanecer elevada para Assaí (ASAI3) e Carrefour Brasil (CRFB3) devido ao ambiente competitivo desafiador e à alta alavancagem.
Empresas a Evitar
O JPMorgan recomenda evitar exposição nas ações de Magazine Luiza (MGLU3) e Pague Menos (PGMN3) devido à alta alavancagem e aos riscos do cenário competitivo.