Uma recente decisão tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) trouxe esperanças renovadas para as pessoas vivendo com HIV ou aids. Por unanimidade, foi aprovada a inclusão de dois antivirais, o ganciclovir e o valganciclovir, na lista de tratamentos disponíveis pelo SUS para combater a infecção por citomegalovírus, um problema de saúde que pode comprometer a qualidade de vida dos pacientes.
Esta notícia marca um ponto crucial na luta contra as infecções oportunistas associadas ao HIV, proporcionando opções de tratamento mais acessíveis e práticas. O citomegalovírus, conhecido por afetar partes vitais do corpo como a retina e o sistema digestivo, pode também alcançar os pulmões, fígado e sistema nervoso central, representando um grande risco se não tratado adequadamente.
Por que a inclusão desses antivirais é Importante?
O ganciclovir, que não era parte da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) até então, juntamente com o valganciclovir, que permite tratamento via oral, são fundamentais para a gestão eficaz da saúde dos pacientes. A administração oral do valganciclovir elimina a necessidade de internações frequentes, reduzindo os riscos associados a procedimentos invasivos e promovendo melhor aderência ao tratamento.
Como funciona o tratamento do Citomegalovírus?
O tratamento visa primeiramente a controlar a replicação viral, evitando a deterioração dos tecidos infectados, especialmente a retina, o que pode levar à diminuição da visão ou cegueira. Além disso, a profilaxia secundária, oferecida pelo valganciclovir, minimiza a recorrência da doença, abrindo caminho para uma qualidade de vida muito melhor para aqueles que convivem com essa infecção persistente.
Impacto da decisão no cuidado ao paciente com HIV
- Redução de complicações: Menos risco de danos severos a órgãos vitais.
- Tratamento domiciliar: Com o uso do valganciclovir oral, os pacientes podem realizar o tratamento em casa, melhorando sua qualidade de vida.
- Menos internações: Diminuição das internações hospitalares necessárias, reduzindo custos para o sistema de saúde e para os pacientes.
- Adesão ao tratamento: Facilidade e comodidade do tratamento via oral melhoram a adesão dos pacientes ao regime terapêutico prescrito.
De acordo com Artur Kalichman, coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids do Dathi, a adoção desses medicamentos é uma estratégia vital para assegurar que as pessoas com HIV possam viver não somente mais tempo, mas também com melhor qualidade de vida. Essa é uma prioridade para a gestão atual do Departamento, que se compromete a utilizar todas as ferramentas disponíveis para alcançar esse objetivo.
A inclusão dos medicamentos ganciclovir e valganciclovir oferece, portanto, uma luz de esperança para a vida de muitos pacientes, demonstrando o compromisso contínuo do SUS com a saúde e o bem-estar das pessoas vivendo com HIV ou aids no Brasil.