O que o Rambo e A Praça é Nossa têm em comum? Ambos viraram temas de memes que envolvem o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em uma das figuras do filme sucesso dos anos mil novecentos e oitenta, ele aparece como “Rombo – Programado para Taxar”. No programa de humor brasileiro ele vira estrela do “A Taxa é nossa”.
As postagens bem humoradas tomaram conta das times-lines e mostram uma percepção sobre o homem forte da economia do governo Lula, que passa a ser chamado de Taxad.
Mas será que os memes são apenas uma brincadeira inocente ou podem abalar a confiança do mercado no ministro da Fazenda? “O ministro tentou fazer de tudo para um ajuste fiscal via aumento de arrecadação. Bateu no limite e a população e o empresariado já estão reclamando”, analisa o comentarista da BM&C News, Gustavo Cruz.
Para ele os memes revelam algo sério: “tem que olhar também para o que que pode ser reduzido de gastos. Revisar orçamento é algo usual, ano após ano a gente vê alguma discussão”.
O analista político Miguel Daud lembra que a meta de déficit zero, proposta de Haddad pode não se concretizar. “O crescimento evidentemente gera mais arrecadação e a arrecadação maior acaba atendendo essa necessidade do déficit zero. Mas nós não vamos ter déficit zero. A gente sabe que você não tem um programa para cortar despesas, você não tem um programa mais objetivo para fazer o país crescer”, avalia Daud.
Origem dos memes
Uma das teorias que explica a onda dos memes tem a ver com as medidas econômicas adotadas por Haddad desde o ano passado, como o fim da isenção de imposto sobre compras internacionais abaixo de US$ 50, popularmente conhecida como “taxa das blusinhas”. Outras iniciativas, têm alimentado a criação de memes relacionando sua imagem e nome às suas ações. As críticas e a polarização em torno dessas decisões refletem o impacto direto na percepção pública sobre a gestão do ministro.
Além das políticas econômicas, declarações públicas consideradas infelizes ou desconectadas da realidade cotidiana também têm contribuído para a proliferação de conteúdo humorístico nas redes sociais. O apelido “Taxadd” e outras variações são exemplos de como a internet reage às ações e falas de Haddad.
Após a enxurrada de memes nas redes sociais, o Partido dos Trabalhadores (PT) afirmou que não se preocupa com a enorme quantidade de memes associando Haddad ao aumento de impostos. O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, defendeu o ministro, afirmando que ele está “fortalecido” e será lembrado como “aquele que desonerou”, destacando ações como a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) e o cashback que devolverá impostos aos mais pobres, previsto na reforma tributária.
(colaborou Lucas Tadeu)