Neste domingo (30), aconteceu as eleições parlamentares na Franá, algo que o mercado aguardava. Nela, o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu à frente no primeiro turno.
Mesmo com o voto não obrigatório no país, teve recorde de participação em quase 40 anos. Vale lembrar que O pleito, havia sido convocado apenas três semanas atrás.
Com isso, no programa de hoje do BM&C News, o economista Vandyck Silveira foi o convidado e analisou os impactos desse movimento, abordando a crise política e a questão da imigração.
Silveira destacou que a guinada à direita não é exclusiva da França, mas sim um fenômeno observado em toda a Europa. Ele argumenta que a mídia tradicional tende a rotular como extrema direita grupos que, na verdade, são nacionalistas preocupados em preservar a cultura, a língua e a identidade de seus países. “O centro da questão dessa guinada à direita na Europa é a imigração, principalmente de muçulmanos”, explicou.
Segundo o economista, a integração dos imigrantes muçulmanos tem sido problemática, resultando em tensões sociais e conflitos culturais. Ele relatou sua própria experiência vivendo na Europa, onde testemunhou incompatibilidades entre o Islã e a democracia. “Existem regiões de Paris onde não muçulmanos não podem circular em determinadas horas do dia, e isso é vexatório”, disse.
Após a explicação, Silveira diz que a derrota de Emmanuel Macron nas eleições é um reflexo da insatisfação popular com sua gestão. “Macron foi arrogante e inexperiente, acreditando que poderia cooptar a população com ameaças. A resposta foi um voto maciço na extrema direita e uma polarização ainda maior com a extrema esquerda”, analisou.
O futuro político de Macron parece incerto, com a necessidade de formar alianças com grupos políticos divergentes para manter a estabilidade governamental. “Os próximos dois anos e meio serão desafiadores para Macron, com risco de apagamento de sua liderança”, concluiu Silveira.