O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou a discussão sobre uma importante mudança na forma como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é corrigido. Essa questão, levantada inicialmente pela ação do partido Solidariedade em 2014, tem gerado um amplo debate sobre justiça social e econômica.
A controvérsia vira em torno de se o índice utilizado atualmente, a Taxa Referencial (TR), deve ser mantido ou se novos critérios deveriam ser adotados para assegurar que os depósitos reflitam adequadamente a inflação, protegendo assim o poder de compra dos trabalhadores.
Por que a Correção do FGTS é Importante?

O FGTS é mais que um direito do trabalhador, ele desempenha uma função social vital ao facilitar o acesso à moradia e manter a estabilidade econômica durante situações inesperadas, como o desemprego. Porém, há um crescente argumento de que sua atual forma de correção pela TR não reflete as reais condições econômicas, podendo resultar na desvalorização dos valores depositados ao longo do tempo.
O que Propõe o STF para a Nova Correção?
Durante o julgamento, diferentes visões foram apresentadas pelos ministros. O ministro Flávio Dino votou favoravelmente para que a correção do FGTS passasse a ser pela TR + 3% ao ano, além de acompanhar o índice oficial de inflação (IPCA). Essa proposta visa assegurar que os depósitos tenham um rendimento mínimo garantido que acompanhe a valorização do custo de vida.
Quais São os Argumentos Contra e a Favor da Nova Fórmula?
Argumentos Contra:
- O ministro Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes expressaram preocupação de uma interferência do Judiciário na economia através da imposição de índices de correção monetária, defendendo que o critério atualmente adotado pelo legislador deve prevalecer.
- Argumenta-se também que uma alta na remuneração poderia impactar negativamente o sistema de financiamento da casa própria, um dos pilares fundamentais do FGTS.
Argumentos a Favor:
- O ministro Edson Fachin e outros defendem que a correção atual é insuficiente e resulta numa injustiça para com os trabalhadores, pois os rendimentos não acompanham a inflação, diminuindo o poder de compra efetivo do fundo.
- Propõem-se que a revisão do índice poderia promover maior justiça social, ao se alinhar mais adequadamente com as taxas de inflação atuais.
Essa revisão da correção do FGTS ainda promete debates acalorados dentro e fora do STF. O resultado desta decisão impactará diretamente milhões de brasileiros que veem no FGTS uma garantia essencial para a realização de projetos de vida longamente almejados. A expectativa é que uma decisão seja tomada ainda este ano, o que definitivamente mudará a maneira como o fundo é administrado e sua capacidade de servir ao propósito para o qual foi criado.