A dificuldade em prever movimentos macroeconômicos tem afetado o desempenho de produtos com posições relevantes no fechamento da curva de juros; ouro e dólar salvam o retorno
A nova dinâmica nos mercados globais, fruto do desarranjo nas cadeias produtivas e logísticas que geraram inflação e forçaram à alta dos juros, ainda não foi inteiramente compreendida. Previsões de uma recessão nos Estados Unidos, após o juro ser elevado ao maior patamar em duas décadas, não se concretizaram, pelo menos por enquanto. Economistas se esforçam para entender um contexto em que mercado de trabalho, atividade econômica e inflação ignoram um juro americano na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. É em meio à nebulosidade global intensa que navegam os gestores de fundos multimercados. A Capital Aberto ouviu gestores de dois fundos multimercados com exposição a ativos globais e bom histórico de retornos – o ASA Hedge e o Warren Omaha. Como toda a indústria, os produtos sofrem com as surpresas no ambiente macro, perda de recursos e tiveram de trabalhar dobrado. No acumulado do primeiro trimestre, segundo dados da Anbima, os multimercados registraram saques líquidos de R$ 28,2 milhões. Em termos de rentabilidade, os multimercados livres acumulam retorno de 1,60% no primeiro trimestre, abaixo do DI no mesmo período, de 2,62%. O desempenho do IHFA (Índice de Hedge Funds Anbima) – referência para a indústria de hedge funds…