Nesta quarta-feira (22), o Ibovespa terminou mais um dia em baixa de 1,38%, em 125.650,03 pontos. O mercado acumula perdas seguida e perde os 126 mil pontos.
Os investidores reagem à ata da última reunião do Fed, que mostrou certo pessimismo por parte dos dirigentes da autoridade monetária.
Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT CAPITAL, conversou com a BM&C News e analisou o pregão do Ibovespa do dia de hoje.
Richetti começa dizendo que o Ibovespa cai muito puxado pelos mercados internacionais, uma vez que todos estão no negativo. Após a divulgação da ata do Fed, o índice acentuou um pouco a queda. Ele também disse que dentro do contexto, está acompanhando os mercados globais, muito no intuito da questão da dificuldade dos Estados Unidos de controlar a inflação, uma incerteza na referência à restrição política monetária dos Estados Unidos.
O sócio da GT Capital completa ainda sobre a ata do Fed. “Os membros do BC afirmaram que a desinflação pode levar mais tempo do que se pensava anteriormente. O que ficou claro basicamente são as incertezas quanto a restrição da política monetária americana. Na minha visão, também ficou claro que se for necessário, em virtude do controle da inflação, eles podem realmente sim apertar a política monetária, então subir mais juros. E eles não têm problema com isso, mesmo com o mundo preocupado com isso, já que o foco é o controle da inflação.”
Após falar sobre o principal tópico do dia, o especialista destacou os principais papéis no azul. “Temos Soma e a Arezzo, que se destacam entre as altas na esteira do processo final de fusão das empresas. Inclusive, na próxima assembleia será votado o novo nome da empresa, que deve ser Azzas 2154. Com a fusão, a empresa terá faturamento próximo de R$ 12 bilhões e mais de 2 mil lojas, o que anima o mercado. Outra alta é de Yduqs, que divulgou uma projeção positiva para os próximos anos. O guidance previsto para os próximos cinco anos de fluxo de caixa operacional acumulado ficou entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões.”
Dierson falou também sobre as ações que caíram no pregão. “Já olhando para as quedas, temos Minerva. As ações caem após o órgão Coprodec, no Uruguai, ter barrado as três unidades que a Marfrig iria vender para Minerva. Outra queda é de Rede D’Or em virtude da venda de uma parte das ações detidas pelo Carlyle, que realizou a venda de 1,6% da Rede D’Or.”
Por fim, o dólar sobe muito refletindo essa ata mais hawkish do FED, que traz uma expectativa de juros altos por mais tempo. A moeda americana teve alta de 0,77% cotado a R$ 5,15.