Na madrugada desta segunda-feira (20), a mídia iraniana confirmou que houve um acidente de helicóptero na província montanhosa do Azerbaijão Oriental, que tinha à bordo alta cúpula do governo iraniano. Assim, foi confirmado a morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, de 63 anos, e do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian.
A Press TV e as agências de notícias semioficiais Tasnim e Mehr relataram que todos os que estavam a bordo foram mortos. Foi divulgado também que pelo menos 73 equipes de resgate foram até o local.

A constituição iraniana determina que, em caso de morte do presidente, o primeiro vice-presidente assumirá interinamente os poderes e funções do presidente, com a aprovação do Líder Supremo.
Dessa forma, o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, anunciou cinco dias de luto público após um acidente de helicóptero.
Em uma mensagem transmitida pelas agências de notícias estatais do Irã, Khamenei expressou suas condolências pelas mortes e confirmou que o primeiro vice-presidente do Irã, Mohammad Mokhber, agora exerce o cargo de chefe do poder executivo.
Quem é Ebrahim Raisi?
Ebrahim Raisi, nascido em 1960, começou sua carreira como promotor no início da década de 1980. Em 1994, ele se tornou procurador-geral de Teerã e, em 2019, foi nomeado chefe do judiciário do Irã.
Raisi assumiu a presidência em 19 de junho de 2021, após vencer uma eleição amplamente criticada por sua falta de competitividade. Apenas 48,8% dos eleitores participaram, o menor índice desde a criação da República Islâmica do Irã em 1979, refletindo a insatisfação generalizada e a percepção de manipulação eleitoral.
O Departamento do Tesouro dos EUA sancionou Raisi em novembro de 2019 devido à sua participação na “comissão da morte” de 1988. Além disso, um relatório das Nações Unidas revelou que o judiciário iraniano aprovou a execução de pelo menos nove crianças entre 2018 e 2019.