Em uma recente divulgação, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) apontou que um número significativo de famílias de baixa renda não está aproveitando os descontos disponíveis na conta de luz, proporcionados pela Tarifa Social de Energia Elétrica (Tsee). Esse cenário evidencia uma oportunidade de economia negligenciada por quase 8 milhões de famílias brasileiras.
Das 24,9 milhões de famílias que possuem o perfil para se beneficiar das reduções tarifárias, somente 17,05 milhões estão efetivamente usufruindo desse direito. Tal fato coloca em evidência a importância de campanhas informativas mais assertivas para garantir que o benefício alcance a totalidade do seu público-alvo.
Quem tem direito à Tarifa Social?

Automáticamente, o benefício é destinado às famílias inscritas no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal), desde que cumpram o requisito de renda per capita familiar de meio salário mínimo. Aquelas famílias que ainda não são cadastradas, mas se enquadram nos critérios, podem se dirigir aos Cras (Centros de Referência em Assistência Social) para formalizar o pedido.
Por que muitas famílias não utilizam a Tarifa Social?
Diversos fatores podem estar por trás da subutilização desse benefício. A falta de informação sobre o direito ao desconto e o processo para solicitação estão entre as principais barreiras. Além disso, complexidades burocráticas e a falta de clareza nos critérios de elegibilidade também podem afastar potenciais beneficiários.
Disparidades Regionais
Um olhar sobre as estatísticas revela um cenário de disparidades regionais quanto à utilização da Tarifa Social. Enquanto estados como Ceará, Paraíba e Alagoas apresentam os maiores índices de uso do benefício, Amazonas, Distrito Federal e Santa Catarina figuram na outra extremidade, com os menores percentuais de famílias beneficiadas.
Detalhamento das Faixas de Desconto
- Famílias de baixa renda com consumo até 30 kWh/mês: desconto de 65%.
- Consumo de 31 kWh até 100 kWh/mês: desconto de 40%.
- Consumo de 101 kWh até 220 kWh/mês: desconto de 10%.
O regime de desconto se mostra ainda mais generoso para famílias indígenas e quilombolas, podendo atingir 100% para um consumo de até 50 kWh/mês. É uma clara tentativa de adequar a política tarifária para as necessidades específicas desses grupos.
Conclusão: A Tarifa Social de Energia Elétrica representa uma importante ferramenta de inclusão social e alívio econômico para milhões de brasileiros. Apesar disso, a lacuna entre os elegíveis e os que efetivamente fazem uso do benefício indica a necessidade de melhorias na divulgação e simplificação dos processos de adesão. Garantir o acesso a esse direito é um passo essencial na direção de uma sociedade mais justa e equitativa.