O Ibovespa fechou em queda nesta sexta, com os pesos-pesados recuando em bloco e puxam o índice para mais um dia no campo negativo. Investidores man tiveram uma postura mais cautelosa após o BC endurecer o tom em relação aos próximos passos da política monetária.
Segundo análise de Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital, nessa sexta feira, mais uma vez, o mercado não teve forças para sustentar o movimento de alta do meio da semana impulsionado pela manutenção da taxa de Juros nos EUA e a redução da nossa taxa de juros na famosa “Super Quarta”.
Ainda que se tenha uma redução na taxa de juros, o Brasil continua entre os países com maior taxa de juros real, o que afasta o dinheiro do mercado acionário. Além disso, a retomada pelo Ministério da Fazenda do assunto referente à taxação dos dividendos joga ainda mais incertezas aos investidores, motivos que fizeram a semana começar e terminar praticamente no mesmo lugar.
Ainda assim, vemos EMBR3 como a maior alta do IBOV influenciada também pela elevação do seu preço-alvo pelo JP Morgan para R$ 51,00, além de COGN3, que pra mim atualmente é um ativo que serve pura e simplesmente para especulação. Outra alta foi de SBSP3, que reportou uma alta de 84% nos lucros, e chamou atenção de investidores. Mesmo terminando em alta, abriu o dia aos R$ 81,00 e fecha abaixo dos R$ 79,80 demonstrando que os investidores não estão com confiança nem em empresas que dão lucro no Brasil, dado a tantas incertezas vindas de Brasília.
Do lado contrário do IBOV, a mesma lógica impera. Se até as empresas que dão lucro estão afastando investidores, o que podemos esperar de BHIA3 e MGLU3 que com certa frequência aparecem do lado de baixo do IBOV?
Apesar das curvas de juros terminarem a sexta feira em queda, precificando uma possível queda nas taxas de juros nos EUA logo ali em frente, não foi uma semana fácil e podemos ver algumas divergências em vencimentos futuros sendo que o único vencimento que trabalha em tendência de baixa nas últimas semanas é o DIF25. Afinal, apesar de vermos sinalizações de redução de taxas de juros nos EUA, “ali na frente” os dados da economia americana seguem fortes e os de inflação cada vez mais altos, ou seja, é fato que não será tarefa fácil.
O Dólar futuro teve o mesmo comportamento do IBOV, apesar de terminar o dia de hoje com leve alta, em uma semana de grande volatilidade, praticamente termina onde começou a semana.
Acredito que o mercado, assim como o dólar, permanecerão laterais na próxima e nas próximas semanas, afinal de onde virá o dinheiro novo para impulsionar o IBOV aos 140 ou 150 mil pontos, se cada vez mais o dinheiro estrangeiro sai do Brasil? Nesse caso, o melhor que se tem a fazer é avaliar o portfólio e aproveitar para aumentar as posições em empresas de bons fundamentos.
Confira o fechamento do Ibovespa e demais índices
- Ibovespa: 127.027,10 (-0,88%)
- S&P 500: 5.234,16 (-0,14%)
- Nasdaq: 16.428,82 (+0,16%)
- Dow Jones: 39.475,31 (-0,77%)
- Dólar: R$ 4,99 (+0,39%)
- Euro: R$ 5,40 (-0,09%)