No intuito de manter o controle e garantir a segurança de todos, a prefeitura de São Paulo, sob a administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB), fez algumas alterações no funcionamento dos blocos de Carnaval para o ano de 2024, estabelecendo um horário-limite para os cortejos, que devem ter duração máxima de cinco horas. Estas mudanças, no entanto, causam preocupação entre os organizadores dos eventos.
Duração dos Blocos e Vistoria dos Trios Elétricos
De acordo com as novas normas, os blocos carnavalescos não poderão iniciar suas atividades antes das 9h da manhã e devem terminar obrigatoriamente até as 19h da noite. Esta programação inclui uma hora de concentração, três horas de cortejo e uma hora de dispersão. Além disso, a prefeitura também determinou que os chamados “megablocos” – aqueles que reúnem mais de 100 mil pessoas – devem submeter os seus trios elétricos a uma vistoria obrigatória a ser realizada pela Polícia Militar na madrugada anterior ao desfile. Esta regulamentação está sendo justificada por questões de segurança.
Mudanças nas Regras para o Carnaval Preocupam Organizadores
Alessa Camarinha, fundadora do bloco Ritaleena, expressa sua preocupação em relação às mudanças, sentimento que é compartilhado por outros organizadores. “A cada ano, o cadastro fica mais restritivo. Há pouco diálogo com a prefeitura e limitações de horário e local dificultam a realização dos cortejos”, afirma. A demora na organização e falta de informações por parte da prefeitura também tem causado desconforto entre os realizadores. Conforme relatado, a prefeitura realizou uma primeira reunião sobre a festa em outubro e a segunda apenas em janeiro, o que tem dificultado o planejamento dos blocos. A falta de detalhamentos sobre questões como localização de banheiros químicos e esquema de trânsito têm causado incerteza e insegurança.
Pressão Maior Sobre Blocos Menores de Carnaval
Thiago França, criador do bloco Charanga do França, afirma que a pressão é ainda maior sobre os blocos menores. Segundo ele, a oferta limitada de recursos e reclamações de associações de moradores sobre barulho e sujeira estão dificultando cada vez mais a realização dos eventos. Este cenário traz um desafio adicional para os organizadores de blocos carnavalescos em São Paulo, que agora precisarão se adaptar às novas regras e ao mesmo tempo, garantir a diversão e segurança do público.