O último relatório da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, divulgado ontem (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou alguns números alarmantes: por exemplo, após o primeiro ano do terceiro mandato do governo Lula, o número de empregados sem carteira assinada é o maior já registrado na história do país.
Detalhes do relatório divulgado pelo IBGE

O relatório apontou especificamente que 13,5 milhões de pessoas estão empregadas, mas sem carteira assinada. Esse número é significativamente maior do que os 11,1 mil trabalhadores que se encontravam na mesma situação em 2012, no início da série histórica.
O menor número de trabalhadores sem carteira assinada ocorreu em 2020, quando 9 milhões de trabalhadores estavam nesta situação. No entanto, desde então, o número de empregados sem carteira no Brasil aumentou, chegando a 12,9 milhões ao final de 2022.
Comparando com o mesmo período de 2022, houve um crescimento de aproximadamente 5% nesse tipo de relação trabalhista.
Quem são os trabalhadores sem carteira assinada?
Entre estes trabalhadores estão profissionais que atuam em aplicativos como Uber e iFood. Esses trabalhadores foram integrados à massa trabalhadora, mas sem vínculo formal com as empresas para as quais prestam serviço.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, já havia alertado para essa realidade durante fevereiro de 2023.
Crítica à reforma trabalhista
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, tem criticado a reforma trabalhista implantada no governo de Michel Temer, acusando-a de ser a principal responsável pelo aumento do número de trabalhadores sem carteira assinada.
”Fizeram um desmonte na legislação trabalhista, prometendo geração de empregos em massa, mas o que aconteceu foi a precarização do trabalho”, disse Marinho. Ele adicionou que é essencial olhar para o conjunto da economia, que precisa crescer de uma maneira saudável, sólida e contínua.
Marinho fez esses comentários durante uma coletiva de imprensa sobre os dados da Caged no ano passado.
Este fenômeno é preocupante e destaca a necessidade de políticas de trabalho mais inclusivas e justas para todos os trabalhadores brasileiros.