Em uma declaração recente, o presidente francês Emmanuel Macron deixou claro que a França se opõe ao atual estado do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. Paralelamente, o governo espanhol, liderado por Pedro Sánchez, mostra apoio ao acordo.
A posição da França de Macron
Macron expressou sua alegria de que o acordo não tenha sido “fechado às pressas”. Disse ainda que a França se opõe ao acordo na sua forma atual, um reflexo da tensão entre agricultores e o governo francês. “No estado atual dos textos do Mercosul, a França se opõe e se oporá a este acordo de livre comércio com o bloco”, disse ele.
O presidente francês insiste no cumprimento das regras ambientais e sanitárias impostas aos agricultores europeus, destacando que as importações agrícolas do Mercosul devem aderir às normas de produção europeia para garantir uma concorrência justa.
A posição da Espanha de Sánchez
Por outro lado, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, ressalta o papel crucial da Comissão Europeia no caso. “A política comercial é uma política comum. A Comissão é quem negocia em nome dos Estados-membros”, afirmou, ressaltando ainda a importância geopolítica e econômica do Mercosul para a UE.
No segundo semestre de 2023, enquanto presidia a UE, a Espanha pressionou pelo fechamento do acordo, que foi negociado ao longo de mais de duas décadas. Avanços significantes foram alcançados durante esse período, mas a onda de protestos dos agricultores europeus lançou dúvidas sobre o futuro do pacto.
Pressão dos agricultores
Os protestos agrícolas, que começaram na França, agora se espalham por outros países europeus, levando os principais sindicatos agrícolas a pedir a suspensão dos bloqueios. Em resposta aos anúncios do governo de medidas como controle da origem dos produtos e ajuda ao setor pecuário, os sindicatos estão chamando suas redes para suspender as manifestações e começar uma nova forma de mobilização.
Neste início de fevereiro, agricultores conduziam seus tratores em frente à prefeitura de Rennes, na França, demonstrando contra salários, impostos e regulamentações.