Na última segunda-feira (22), o Ministério Público da Venezuela anunciou a detenção de 32 indivíduos. Estes, formados por civis e militares, são acusados de conspiração para assassinar o ditador do país, Nicolás Maduro, em uma suposta cooperação com os Estados Unidos.
O plano contra Maduro

Segundo Tarek William Saab, procurador-geral venezuelano, as conspirações foram divididas em cinco planos, que vieram ao conhecimento das autoridades ao longo de 2023. Estes planos supostamente envolviam acesso a informações confidenciais de segurança, atentados contra a vida de Maduro e seu ministro da Defesa, além de busca por informações militares da Venezuela para serem enviadas à CIA, a agência de inteligência americana. O primeiro plano veio à tona em maio, resultando em três mandados de busca e 11 detenções. Além de traição à pátria, os detidos foram acusados de revelar segredos militares e traficar armas e munições.
As outras tramas contra o regime venezuelano
Os demais planos resultaram em mais prisões e confiscos. Entre as acusações estão a organização de supostos atos terroristas e uma tentativa de assassinato de Maduro. Este último levou à detenção de sete pessoas e à emissão de mandados de busca para outras seis, entre elas Tamara Suju, advogada de direitos humanos exilada na República Tcheca, e Sebastiana Barraes, jornalista especializada em assuntos militares.
No entanto, uma das acusações mais polêmicas diz respeito a María Corina Machado, líder da oposição proibida de concorrer a cargos políticos por 15 anos. Conforme reportado pela agência de notícias AFP, o nome de Machado é mencionado explicitamente nos depoimentos dos acusados, apesar da tentativa de censura por parte das autoridades venezuelanas.
Respostas de Maduro
As teorias de conspiração foram, inicialmente, mantidas em segredo devido às negociações entre Maduro e os Estados Unidos, que resultaram na libertação de prisioneiros pela Venezuela e na flexibilização das sanções impostas por Washington a Caracas. Em seu programa de TV, “Con Maduro+”, o presidente criticou os acusados e solicitou a pena máxima. Exigiu também a expulsão das Forças Armadas dos militares envolvidos. Esta não é a primeira vez que Maduro faz alegações sobre planos para derrubá-lo do poder. Normalmente, em seu programa de televisão, ele atribui a autoria dos planos aos Estados Unidos, à sua oposição e a narcotraficantes da Colômbia.