No início de janeiro, empregados, prestadores de serviços e fornecedores da hidrelétrica binacional de Itaipu enfrentam atrasos nos pagamentos, concluindo que a situação está tensa em ambos os lados da fronteira.
O impasse sobre o preço da energia elétrica para ano de 2024 entre o Brasil e o Paraguai é acusado de reter a liberação de recursos. A tarifa é avaliada anualmente e a falta de definição resultou em uma paralização do orçamento da usina binacional.
Impasse financeiro causa preocupação sobre Itaipu

Fontes localizadas perto da empresa afirmam que este é um acontecimento sem precedentes na história da empresa. O sindicato de empregados afirma que mesmo funcionários que estão em férias foram afetados, com a empresa não depositando os devidos valores.
Existe ainda uma incerteza entre o sindicato e a usina sobre o pagamento da primeira parcela do 13º, prevista para o final de janeiro. O sindicato teme que os 1300 trabalhadores do lado brasileiro e 1700 do lado paraguaio fiquem sem receber seus salários de janeiro.
A reação de Itaipu e as possíveis consequências do impasse
O lado brasileiro de Itaipu responde afirmando que a questão será resolvida o mais rápido possível e que todos os compromissos financeiros serão atendidos. Contudo, a incerteza da data de pagamento ainda persiste.
O tratado entre Brasil e Paraguai prevê que a tarifa de Itaipu seja estabelecida para cobrir as despesas do Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse). Existe um impasse adicional já que o novo presidente do Paraguai, Santiago Peña, está insistindo que a tarifa de Itaipu seja negociada.
Na eventualidade de um aumento da tarifa, o ônus recairá majoritariamente sobre os brasileiros, uma vez que 85% do pagamento da tarifa sai do bolso dos brasileiros. Isso resulta do acordo que determina que os paraguaios, que não consomem toda a energia produzida, a revendem para o Brasil.