Em meio a uma sequência de perdas, as ações da mineradora Vale (VALE3) fecha sua oitava queda consecutiva na Bolsa nesta quarta-feira (10). Desde o início de 2024, a ação não registrou um fechamento com números positivos, apontando hoje para uma queda de 1,50%, sendo negociada a R$ 72,23.
Este cenário negativo é impulsionado pela recente correção do minério de ferro, que tem afetado os preços da Vale e outras empresas listadas na bolsa. O recurso voltou a registrar baixa nos mercados asiáticos, atingindo o menor valor em quase três semanas na Bolsa de Cingapura – uma resposta imediata à oscilação da demanda.
O declínio na confiança do mercado chinês

Os contratos futuros da matéria-prima na Bolsa de Dalian, na China, encerraram as negociações com uma queda de 3,02%, negociado a 962 iuanes (ou US$ 134,11) por tonelada, menor valor desde 25 de dezembro.
A confiança do mercado em relação a possíveis novos anúncios de incentivo promovidos pelo governo chinês – em uma tentativa de acelerar a recuperação da segunda maior economia do mundo – está se mostrando cada vez mais fragilizada.
Ao mesmo tempo, também se constata um acúmulo de produtos siderúrgicos devido a uma sazonalidade mais enfraquecida, levando a perdas crescentes para as usinas metalúrgicas, conforme citou Zhuo Guiqiu, analista da Jinrui Futures à Reuters.
Revisão do BBA e perspectivas da Vale
Em contrapartida às quedas, o Itaú BBA atualizou a projeção da Vale, cortando o preço-alvo do ADR (American Depositary Receipt, certificado de ação emitido nos Estados Unidos e com lastro em valores mobiliários de uma companhia estrangeira) por US$ 1, ficando em US$ 18.
O banco justifica a redução na avaliação devido à incorporação da revisão do guia de despesas de capital (capex) da Vale e ao aumento das estimativas de custos de capital. Apesar deste recuo, a recomendação da Vale foi mantida em “outperform”, equivalente a “compra” em português, e a mineradora permanece como a principal escolha do BBA no setor de mineração e siderurgia da América Latina.
Para o longo prazo, as projeções foram aumentadas para US$ 80/tonelada (em termos reais), e a expectativa é de um rendimento sólido de 11% para o fluxo de caixa livre da Vale em 2024. Além disso, o BBA projeta que a companhia continue distribuindo recursos por meio de dividendos ou programas de recompra de ações.
Contudo, apenas o desempenho dos próximos meses e a recuperação da economia global poderão definir um cenário mais concreto para a Vale e o mercado acionário como um todo.