O presidente Daniel Noboa, em uma tentativa de conter a crescente violência no país, decretou na terça-feira (9) a existência de um “conflito armado interno” no Equador, após o governo ter anunciado estado de emergência no dia anterior.
Nesse decreto, o governo identifica 22 grupos do crime organizado como “terroristas”, instruindo as Forças Armadas a conduzirem operações militares para neutralizá-los.

A decisão de emitir um decreto de Conflito Armado se deu após uma série de eventos que aconteceram no início desta semana. No domingo (7), Adolfo Macias, líder do grupo criminoso Los Choneros, escapou da prisão, onde estava cumprindo uma sentença de 34 anos. Além disso, houve outros incidentes em prisões, incluindo o sequestro de guardas.
Como resposta imediata, Noboa decretou estado de emergência por 60 dias na segunda-feira (8), autorizando patrulhas militares, inclusive dentro das prisões, e estabelecendo um toque de recolher noturno.
Esses acontecimentos intensificaram a tensão no país e, na madrugada de segunda para terça-feira (9), o Equador testemunhou uma noite de terror, com crimes ocorrendo em diversas localidades, resultando em prisões e mortes.
Durante o decorrer da terça-feira, um grupo armado invadiu um estúdio da emissora de notícias estatal, TC Televisión em Guayaquil. A polícia equatoriana agiu e conseguiu prender os invasores, totalizando 13 detidos. Armas e explosivos foram apreendidos. O decreto foi emitido pelo governo após essa invasão.
Daniel Noboa assumiu a presidência há apenas três meses, e a crise no país está se agravando a cada dia, transformando o que antes era uma preocupação econômica em uma calamidade pública.