No Brasil, mais de 70% da população está endividada, sendo as faturas de cartão de crédito uma das principais causas. Um dos fatores desses débitos se deve à taxa rotativa cobrada quando o consumidor realiza o pagamento parcial da fatura, deixando parte do valor devedor para o mês seguinte.
Como funcionava antes?

Segundo o economista Edisantos Amorim, antes da lei que veio para combater os juros abusivos, quando o cliente não quitava a fatura total, o valor restante era automaticamente parcelado pelo banco, gerando uma nova dívida com taxa de juros que, mesmo menor do que a do rotativo, ultrapassava os 300% ao ano.
Mudanças nas regras
Com a implementação da nova regra neste ano, o Banco Central limitou a incidência de juros da dívida do cartão a 100% do valor devido. Isto é, se um cliente possui uma dívida de R$ 800 do mês passado, no mês seguinte essa dívida acumulada com juros não pode ultrapassar o valor de R$ 1.600.
Novas modalidades
A partir de julho deste ano, caso o cliente deseje, ele poderá realizar a portabilidade da dívida para outro banco que ofereça uma taxa de juros menor. Ademais, ele terá a opção de fazer a portabilidade da dívida de uma administradora de cartão para outra, ou de um banco para outro que ofereça condições mais vantajosas.
Orientações para o ano
De acordo com o economista Edisantos, a principal dica para quem está endividado é organizar as contas e tentar evitar o uso do cartão de crédito por um período para conseguir quitá-lo e não aumentar a dívida. Ele acrescenta ainda que é necessário gastar menos do que se ganha, e que uma reserva financeira de pelo menos 10% do salário para emergências pode ser útil.
Essas práticas podem evitar um desequilíbrio nas contas e ajudar a iniciar o ano com o pé direito, além de evitar a criação de uma “bola de neve” de dívidas. Edisantos conclui dizendo que “com algumas mudanças simples, a pessoa pode chegar no meio do ano com a sensação de que valeu a pena”.