O economista Javier Milei, conhecido por sua postura liberal e controversa, recebeu um freio em suas intenções de alterar as regras trabalhistas na Argentina. Em uma decisão cautelar, a Justiça do Trabalho suspendeu tais mudanças, que foram objeto de críticas fervorosas por centrais sindicais do país.
Mudanças propostas e reações

Dentre as alterações propostas por Milei, os pontos que mais desagradam as centrais sindicais incluem o aumento do período de experiência para 8 meses (atualmente é de três meses), a possibilidade de demissões em caso de participação em manifestações e modificações no regime de indenizações para profissionais que saem de determinada empresa.
A central sindical argentina saiu à frente na reação contra essas mudanças, protocolando a ação que resultou na decisão judicial mencionada. Entretanto, ainda existe debate quanto à instância apropriada para decidir sobre o tema.
O polêmico “decretazo”
Anunciado no dia 20 de dezembro, o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) propôs a reforma ou revogação de mais de 350 normas. A iniciativa de Milei busca desregulamentar várias áreas, como o serviço de internet via satélite, a medicina privada e o mercado de trabalho, além de indicar a pretensão de converter várias empresas estatais em sociedades anônimas para possibilitar a privatização dessas instituições.
Essa série de medidas teve como um dos seus objetivos a modernização das regras trabalhistas, buscando facilitar o processo de geração de emprego. Ocorre que as alterações têm gerado muita contestação, principalmente entre os trabalhadores e as centrais sindicais.
A resistência da Justiça do Trabalho e o futuro das propostas
A suspensão pela Justiça do Trabalho representa um revés para Milei e seus planos de reforma. Enquanto não se define onde tais questões devem ser julgadas, as propostas ficam suspensas.
A resistência a essas mudanças demonstra que a implementação dessas propostas será um desafio para Milei, principalmente por conta da oposição sindical. Ainda assim, mesmo frente a essa cautelar, o consultor alega que as mudanças são necessárias para uma modernização das leis trabalhistas na Argentina.
O futuro das propostas de Milei, sejam elas no campo do trabalho ou em outros setores, ainda é incerto. Enquanto isso, a resistência a essas mudanças demonstra o quanto as visões de Milei são controversas e polarizadas na sociedade argentina.