Na última terça-feira (2), as ações da Sequoia (SEQL3) chamaram atenção do mercado, após registrarem uma alta superior a 100%. Em suma, os ativos fecharam o pregão cotados a R$ 0,79 (+107%). O avanço se deu a um comunicado realizado pela companhia, a respeito de uma uma potencial fusão com a MOVE3. Além disso, poucos dias antes, a empresa também noticiou a realização de renegociação, referente a uma dívida de pouco mais de R$ 400 milhões com os bancos.
Segundo a Sequoia, a operação de fusão levará os acionistas da MOVE3 a receber uma parcela em caixa, correspondente a R$ 50 milhões e uma parcela de 726.830.161 novas ações de emissão da Sequoia. A operação estimula que a companhia incorpore o Grupo MOVE3 e os Acionistas MOVE3 se tornarão assim titulares de participação societária relevante na companhia. Nesta quarta os papéis SEQL3 tinham nova alta superior a 12%.
“A companhia ressalta que o valor foi determinado com base em premissas estabelecidas no Memorando Vinculante, as quais deverão ser confirmadas por meio de auditoria financeira, contábil, operacional e legal do Grupo MOVE3 e, portanto, permanece sujeito à revisão e ajustes”, disse em comunicado.
Estima-se que as novas ações serão representativas de 34% a 42,5% do capital social da Sequoia, assumindo a conclusão do processo de reestruturação financeira da companhia atualmente em curso, incluindo a efetiva conversão das debêntures conversíveis em ações. A combinação de negócios pretendida visa criar “um dos líderes privados no segmento de encomendas expressas e soluções logísticas” no país.
Perspectivas para SEQL3
Após a super alta, a pergunta que fica é: ainda vale a pena investir na companhia? As ações continuaram com um potencial de super-alta, como o vista no dia 2 de janeiro? Pois bem, para responder a essa pergunta, a equipe da BM&C News conversou com Rodrigo Negrini, especialista em finanças e CEO da Soul Capital.
O especialista explica que antes dessa notícia, a Sequoia estava sendo negociada a 1% da sua alta histórica. Ou seja, com um potencial relevante de alta. Além disso, o desempenho operacional da companhia se encontrava bem ruim, tanto que o fez chegar ao ponto de endividamento crítico que estava até então.
“A fusão favorece vários aspectos operacionais, dando escala a operação, diluindo os custos fixos e colocando a nova operação em privilégio negocial. O mercado esperava alguma novidade nesse sentido, e como a operação e o valor da ação estavam muito baixos, o reflexo das potenciais medidas foram muito relevantes”, explica Negrini.
Em suma, o CEO da Soul Capital afirmou acreditar que o papel SEQL3 ainda pode ter altas importantes, principalmente se as sinergias forem rápidas e devidamente implantadas. E a baixa dos juros, só deve ajudar ainda mais nesse processo.