Para muitos, o assunto de privatização é espinhoso e carregado de polêmicas. É exatamente esse o cenário no qual se encontra a proposta de venda de importantes empresas ligadas ao setor de infraestrutura de São Paulo. O governador do estado, embora proclame publicamente certeza na realização dos negócios, enfrenta resistências e questionamentos tanto políticos quanto jurídicos.
Entre os principais fatores de resistência está o papel dos vereadores de São Paulo, que representam a maior fonte de receita dessas empresas. A confirmação das privatizações não só dependerá do acordo desses políticos, como enfrentará também os entraves do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), que já mostrou sinais de oposição ao projeto.
Qual a visão do ministro da Infraestrutura sobre São Paulo?

Em meio aos debates, a visão do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, se destaca. Ele argumenta que as críticas ideológicas às privatizações não devem ofuscar a necessidade de que o país faça mais investimentos em infraestrutura, saúde e segurança pública. Segundo ele, as privatizações permitiriam a alocação de mais recursos nessas áreas primordiais.
Uma São Paulo traumatizada por privatizações
Por outro lado, a população paulista ainda carrega traumas de privatizações passadas. A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, adverte que a oposição aos planos do governo não diminuirá e que as chances de manifestações, greves e até novos plebiscitos são altas. Ela ressalta a importância e o papel dos sindicatos e movimentos sociais nesse processo.
Entre as empresas cuja venda está prevista na agenda de privatizações estão a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Enquanto a primeira tem a conclusão da sua operação prevista para fevereiro, o leilão do trem intercidades, projeto que visa ligar São Paulo a Campinas, está marcado para 29 de fevereiro, com funcionamento pleno esperado para 2031.
O embate entre os interesses públicos e a perspectiva de privatização segue acirrado e mostra os muitos desafios que o setor de infraestrutura paulista enfrentará ao longo dos próximos anos.