A prisão mais esperada pelo órgão de segurança do Rio de Janeiro culminou com a rendição do líder da principal milícia do estado, Luiz Antônio da Silva Braga, mais conhecido como Zinho. O tão procurado miliciano, que estava foragido desde 2018, finalmente se entregou à Polícia Federal no último domingo, 24.
A prisão se deu após diversas tentativas de captura por parte da PF. Com 12 mandados de prisão em aberto, Zinho estava na lista de prioridades das autoridades de segurança. A rendição do miliciano ocorreu no fim da tarde, na Superintendência Regional da PF no Rio de Janeiro.
Quem e Zinho?

As mais recentes investigações das autoridades brasileiras têm na mira uma figura notável, pertencente ao submundo do crime. Identificado pelo nome de Zinho, o homem ocupava uma posição destacada no seio de um grupo criminoso, e agora enfrenta múltiplos mandados de prisão. Antes de consolidar sua liderança nesse grupo, Zinho era o responsável pela contabilidade e lavagem do dinheiro gerado por atividades ilícitas que variavam, como a venda não autorizada de sinais de TV a cabo, gás, e licenças de transporte.
Zinho, longe de ser um novato na cena do crime, já era um alvo procurado por uma lista de crimes significativos, incluindo formação de quadrilha, porte ilegal de arma e associação criminosa. Sua reputação sombria ganhou um destaque ainda maior em setembro de 2023, quando foi listado entre os réus acusados pelo assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, popularmente conhecido como Jerominho, e de um amigo próximo dele. Acredita-se que Jerominho, que tentava retomar o controle da milícia que ele mesmo fundou, foi executado por ordem de Zinho. O alcance do grupo criminoso a que Zinho pertence é extenso, exercendo influência em 812 das 833 áreas reconhecidas pela Polícia Civil como concentradoras de atividades de milícia.
A defesa de Zinho nega as acusações
Leonella Vieira, advogada de defesa de Zinho, tem assumido uma posição contrária a essas alegações. Segundo ela, seu cliente tem sido alvo de suposições por parte do Ministério Público, uma situação que ela atribui à relação familiar existente entre Zinho e o ex-líder da milícia, Ecko. Assim, a defesa reforça a ideia de que Zinho está sendo indevidamente acusado.
Em que consistiu a operação na residência de Zinho?
Em outubro de 2023, um ato de grande repercussão ocorreu na casa do miliciano, situada no bairro do Recreio. A moradia, cuja avaliação de mercado chega a R$ 1,5 milhão, foi alvo de uma grande operação policial. Nesta intervenção, foram apreendidos itens de grande valor, como joias e relógios caros, além de um montante de R$ 125 mil em espécie.
As investigações continuam e, enquanto as autoridades buscam por Zinho, o cerco aos grupos de milícia se estreita cada vez mais. O caso de Zinho é mais um forte indicativo da atuação das forças de segurança na dissolução de estruturas criminosas no Brasil, reafirmando o compromisso com a justiça e a segurança do cidadão.
Como foram as negociações para a entrega de Zinho?
Embora as informações sobre as negociações ainda estejam escassas, sabe-se que elas ocorreram ao longo dos últimos meses, durante os quais as autoridades realizaram inúmeras operações buscando capturar o líder miliciano. Seguindo os protocolos, após a prisão, Zinho foi conduzido ao Instituto Médico Legal e posteriormente encaminhado ao sistema prisional do estado.
O que dizem as autoridades sobre a prisão de Zinho?
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, expressou sua satisfação pela prisão através de uma mensagem publicada no antigo Twitter, conhecido como X. “Parabéns à Polícia Federal! É trabalho, trabalho e trabalho”, comemorou Cappelli em sua postagem. Tentamos entrar em contato com a defesa de Zinho, mas até o momento não obtivemos resposta.
É importante lembrar que Zinho assumiu o comando da milícia de Campo Grande, Santa Cruz, e Paciência, situadas na Zona Oeste, em 2021. A liderança anterior pertencia ao seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, que faleceu dois meses antes da assunção de Zinho.
Além de comandar a milícia, Zinho era encarregado das atividades de lavagem de dinheiro do grupo, sobretudo na Baixada Fluminense. Segundo a PF, Zinho era sócio da empresa Macla Comércio e Extração de Saibro e, juntamente com outras empresas criminosas, teriam movimentado cerca de R$ 42 milhões entre 2012 e 2017.
A última tentativa conhecida de capturar Zinho foi em 29 de agosto de 2018 pela Polícia Civil em um sítio no Espírito Santo. O miliciano conseguiu fugir, abandonando seu celular no local. Esse episódio levou a um aumento na pressão para a captura do foragido, culminando em sua entrega em 2023.