Apesar da volatilidade, o Ibovespa não conseguiu se manter no azul e fechou em queda nesta quarta-feira (20). As ações de commodities subiram e seguram o índice no patamar próximo de 132 mil pontos, mas pressão negativa de papéis do setor bancário limitam desempenho da bolsa. Investidores seguiram atentos às votações de pautas importantes no Congresso.
De acordo com o análise de Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, após um dia da melhora na nota de crédito do Brasil pela Standard & Poor’s, o Ibovespa apresentou uma abertura cautelosa, refletindo a tendência de prudência observada nos mercados internacionais. Esta cautela incentivou a realização de lucros em ações cujos preços estavam elevados.
No entanto, o índice retomou forças e conseguiu sustentar o patamar dos 131 mil pontos, impulsionado principalmente pelas altas nos papéis da Petrobras e da Vale, que têm peso significativo no índice. Em contrapartida, o setor bancário apresentou quedas. Com uma agenda econômica ‘’fraca”, esta quarta-feira foi marcada por intensa volatilidade e um volume de negociações mais baixo, uma característica comum na semana que antecede o Natal, período tradicional de menor liquidez no mercado. A ausência de indicadores econômicos relevantes divulgados hoje também contribuiu para essa dinâmica.
Juros caindo em toda extensão da curva, ainda refletindo a última ata do copom divulgada terça-feira que animou os mercados Brasileiros com expectativa de queda de -0,50% nas próximas reunião consolidada. E os vértices mais longos com vencimentos acima de 2029 caem -1% mostrando que nas questões mais macro, os investidores estão menos pessimistas.
O principal destaque do dia, na minha visão, foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de outubro, que registrou uma queda de 0,06%, ficando abaixo da expectativa do mercado, que era de um crescimento de 0,1%. Essa queda no indicador (IBC-Br) de outubro, refletiu, principalmente nos setores de serviços e comércio varejista e pode indicar um cenário econômico desafiador, influenciado por condições globais e políticas monetárias restritivas. Contudo, fatores como o mercado de trabalho aquecido, o aumento da massa salarial e a diminuição da inflação parecem promissores, podendo impulsionar o consumo e, por extensão, amenizar os impactos negativos na economia. Isso sugere um equilíbrio possível entre os desafios atuais e aspectos positivos que podem sustentar a economia neste período de incertezas.
Entre as altas, temos Casas Bahia (BAHIA3), marcando a primeira alta significativa desde o recente agrupamento de suas ações. Apesar de uma desvalorização de 80% no acumulado do ano, a alta de hoje, embora notável, ainda não é suficientemente impactante para alterar a tendência de longo prazo da ação. Ainda é muito cedo para identificar se este movimento é uma reversão de tendência ou apenas um breve “respiro”.
Sem notícias de impacto relevante na empresa, a queda nos juros futuros, que geralmente favorece o setor varejista, pode estar influenciando esse movimento positivo da ação. Vale ressaltar que após as recentes quedas acentuadas, mesmo um ‘’moderado’’ fluxo comprador pode elevar a cotação da Casas Bahia no curto prazo.
Já PETZ3 sobe com fluxo comprador no dia de hoje liderado por Bradesco, Santander e JP Morgan. Depois de 4 dias consecutivos na contramão do mercado com quedas chegando a -14% o papel hoje “respira” e tem uma alta valorização puxada pelo setor de varejo como um todo com juros futuros caindo.
Outra alta é de MRFG3, que sobe após um banco elevae a recomendação da Marfrig de neutra para outperform, citando seu potencial de negociação abaixo do valor de sua participação na BRF. A Marfrig exibiu um desempenho sólido em seu último balanço, superando expectativas de receita e mostrando forte geração de caixa, particularmente nos EUA. Apesar dessa alta, acredito que o papel merece cautela com certas incertezas a serem consideradas ao longo dos próximos resultados.
Entre as quedas, temos HapVida, que cai com investidores de olho em negociações da possível venda da Amil. Já TOTS3 passa por uma realização nos lucros com fluxo vendedor.
Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices:
- Ibovespa: 130.804,17 (-0,79%)
- S&P 500: 4.698,39 (-1,47%)
- Nasdaq: 14.777,94 (-1,50%)
- Dow Jones: 37.082,89 (-1,26%)
- Dólar: R$ 4,91 (+0,96%)
- Euro: R$ 5,37 (+0,67%)