O cenário financeiro atual tem passado por movimentos significativos, que impactam diretamente a economia mundial e, mais especificamente, a economia brasileira. Focaremos na recente mudança de discurso do Presidente do Federal Reserve (Fed), a principal autoridade monetária dos Estados Unidos, e as implicações que essa alteração pode ter para o Brasil.
Recentemente, o presidente do Fed sinalizou mais cortes na taxa de juros para o próximo ano. Isso, combinado com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar a sua própria taxa de juros em 0,50, muda significativamente o panorama para o final deste ano e para o ano que vem.
O que muda para a Selic?

A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, possivelmente sofrerá queda. Até março, prevê-se que a Selic chegue a 10,75% e muitos especialistas estão revendo para baixo a Selic terminal para outubro, novembro do ano que vem, especulando que ela pode cair abaixo de 9%, podendo chegar em patamares entre 9% e 8,5%, e até mesmo 8%.
Quais as projeções para 2024?
Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, revisou para baixo a projeção da Selic para 2024 após os eventos da superquarta-feira da semana passada. “Inicialmente, tínhamos uma projeção de Selic terminal em 9,5%, mas os eventos de hoje nos levam a revisar para algo entre 8,5% e 9,0%”, informou a economista.
Por outro lado, o economista-chefe da AZ Quest, Alexandre Manoel, defende a manutenção dos cortes de 0,5 pontos percentuais pelo Copom. Segundo Manoel, se os cortes de 0,5 forem mantidos ao longo de 2024, a Selic pode chegar a 7,75% no final do ano. No entanto, ele admite que “alcançar essa taxa é altamente improvável, mas não impossível”.
E qual seria o impacto de um corte nos juros americanos?
Três meses atrás, em meados de setembro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já observava a significância do movimento dos juros americanos para o Brasil. Segundo ele, a atitude do Fed de iniciar cortes na taxa juros poderia impulsionar uma melhoria no cenário econômico brasileiro. “Se houver uma coincidência feliz deles começarem a cortar lá na hora que o BC estiver pensando em parar de cortar aqui, pode acontecer um movimento virtuoso”, afirmou o ministro.
Assim, através da análise desses eventos, percebe-se que a economia está em constante evolução, com acontecimentos externos impactando significativamente o cenário interno. O resultado dessas mudanças, apesar de incerto, poderá moldar a economia brasileira dos próximos anos.
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