Em dia de agenda vazia, o mercado operou de olho nos sinais sobre mudanças nas projeções após as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, em especial após a postura mais suave do banco central americano. O Focus de hoje voltou a prever inflação e dólar menores para este ano.
Segundo a análise de Leandro Petrokas, diretor de research, mestre em finanças e sócio da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação para investidores, o dia foi favorável para ativos de risco aqui e no mercado internacional, com juros de mercado (DI´s) majoritariamente em queda, junto com a queda do dolar perante ao real. Petróleo sobe com reação à restrição de oferta devido às tensões geopolíticas e ataques no mar vermelho. Os contratos futuros da commoditie sobem.
Entre as maiores quedas do dia temos, BHIA, KLBN E EMBR3. Klabin cai com rebaixamento do Goldman Sachs de neutro para venda e corte do preço alvo de R$ 23 para R$ 18. BHIA3 segue sem atrair compradores, mesmo após o inplit da semana passada. Empresa passa por um momento de dificuldades operacionais e fragilidade da estrutura de capital.
EMBR3 cai pelo terceiro pregão consecutivo, em um movimento mais técnico do que por fundamentos. Após subir quase 40% entre 01/11 e 13/12, os investidores começam a realizar lucros após a forte alta recente do ativo.
Já entre as maiores altas do Ibov, temos ALPA, BRASKEM E RECV3. RECV3 sobe beneficiada com a alta do petróleo. Enquanto isso, BRKM5 em alta por conta de notícia de que rompimento de mina da empresa ainda não afetou agua da lagoa Mundaú. As ações caíram bastante recentemente com novas preocupações com questões ambientais envolvendo a companhia.
Já ALPA, na minha visão, pode estar subindo com expectativas do desempenho do varejo para este fim de ano. As ações estão “de lado” há aproximadamente 40 dias e tem 15% do free float das ações alugadas. Pode se rum movimento de zeragem de posições short, inclusive.
DÓLAR cai contra o real, com movimento mais ligado ao cenário interno. Mercado avalia negociações envolvendo a reforma tributária. Com um fiscal mais robusto, há chances demais quedas do dolar contra o real. DXY opera praticamente estável e o dolar tem sinais mistos contra outras moedas de pais emergentes (dolar cai contra o peso mexicano e zloti polonês) e sobe contra rand sul africano e contra lira turca.
JUROS em leve queda, com o mercado aguardando a ata do COPOM que deve sair na terça-feira (19).
Se não tivermos nenhum evento imprevisto e relevante, acredito que o mercado ainda pode continuar subindo nos pregões finais de 2023. Na minha opinião, o estrangeiro segue trazendo recursos para o Brasil e muitos gestores querem garantir uma boa cota para os fundos, especialmente os FIA´s, que tiveram muitos saques e um mercado bem desafiador, ou seja, difícil de se gerar resultado nos dois últimos anos.

Confira abaixo o fechamento do Ibovespa e demais índices:
- Ibovespa: 131.083,82 (+0,68%)
- S&P 500: 4.740,56 (+0,45%)
- Nasdaq: 14.904,81 (+0,61%)
- Dow Jones: 37.306,02 (0,00%)
- Dólar: R$ 4,90 (-0,66%)
- Euro: R$ 5,35 (-0,49%)