Com a chegada do ultraconservador Javier Milei à presidência da Argentina, o cenário político e econômico do país começa a tomar um novo rumo. Em seu discurso de posse, Millie anunciou políticas de choque que, de acordo com análises de especialistas, terão impacto direto em amplos setores da sociedade argentina. Dentre os mais afetados, estão aposentados, a classe média, os mais humildes, servidores públicos, empresas de obras públicas, governos provinciais e universidades estatais.
“Milei tem claramente planos de implementar medidas econômicas mais duras e agressivas, com o objetivo de corrigir os preços relativos da economia e o tipo de câmbio, além de alterar as tarifas de serviços públicos. Estes ajustes irão representar uma aceleração temporária da inflação”, diz Ignacio Labaqui, consultor e professor da Universidade Católica Argentina.
Aposentados são os mais afetados pelas novas medidas de governo?

Esses ajustes podem impactar fortemente fornecedores do Estado, empresas de obras públicas, governos provinciais e municipais, além dos trabalhadores desses setores. Além disso, Milei pode realizar sem necessidade de aprovação parlamentar.
Dentre os setores afetados, estão:
- Cultura, com redução de financiamento para filmes e programas direcionados a mulheres e movimentos LGBTQ+;
- Obras públicas com corte de recursos;
- Educação, com alterações na administração universitária;
- Possível redução do poder aquisitivo dos aposentados devido à alta inflação.
Como o ajuste fiscal afetará a economia e os argentinos?
Prevê-se que o ajuste fiscal de Milei cause fortes aumentos nas contas de gás, eletricidade e transporte público, assim como a eliminação de programas de controle de preços, como o “preços cuidados”. Segundo especialistas, os argentinos podem acabar enfrentando um aumento nos preços de compras semanais ainda mais expressivo.
Os cancelamentos de obras públicas e redução de recursos para governos provinciais já foram anunciados previamente, o que implicará em crise fiscal e demissões. A política universitária receberá um grande choque, com cortes de recursos e revisão de contratos. E, lamentavelmente, os aposentados também sofrerão as consequências dessas medidas, perdendo parte do seu poder aquisitivo.