O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por mais uma manutenção da taxa de juros de referência do Federal Reserve, nesta quarta-feira (13).
A taxa segue no intervalo entre 5,25% e 5,50% após a última reunião do Fed em 2023, o maior em 22 anos. A autoridade monetária pontua que um novo incremento na taxa de juros não está descartado. O reajuste ficou em linha com a projeção do mercado.
Comunicado
De acordo com o comunicado do Fomc, os indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica americana abrandou ante o ritmo forte registado no terceiro trimestre. “Os ganhos de emprego moderaram desde o início do ano, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação diminuiu ao longo do ano, mas permanece elevada”.
Além disso, os membros do Comitê também avaliaram que vão continuar analisando informações adicionais e as suas implicações para a política monetária.
“Ao determinar a extensão de qualquer reforço adicional da política que possa ser apropriado para fazer a inflação regressar a 2% ao longo do tempo, o Comitê terá em conta o aperto cumulativo da política monetária, os desfasamentos com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação, e os efeitos econômicos e desenvolvimentos financeiros.
O Fomc diz ainda que continuará a reduzir as suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos garantidos pelas hipotecas das agências, conforme descrito nos seus planos anunciados anteriormente. Em suma, o Comitê também continuará a monitorar as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas.
Análise do comunicado
Para Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed, casa de análise e empresa de tecnologia e educação financeira para investidores, a taxa de juros como esperado não foi alterada, pela terceira reunião consecutiva. Porém tivemos algumas novidades “dovish”.
“A maioria dos membros vê cortes de juros em 2024, com uma mediana em 3 cortes de 0.25%. Isso foi bem visto pelo mercado, as taxas de juros dos títulos caem forte, e bolsa subindo forte. Vale mencionar que na precificação de agora dos títulos americanos, o mercado precifica 1.3%, ou seja, uma perspectiva bem mais otimista do que o próprio FED”, explica Oliveira.
“FED confirma o otimismo dos juros caírem no ano que vem, pois foi a primeira reunião em que comenta mais explicitamente sobre cortes. Porem, vale lembrar que o FED ainda fala em menos cortes do que o mercado ta precificando”, finaliza.