A aposentadoria é um momento de descanso e tranquilidade, mas para isso é preciso se preparar financeiramente. Luis Gustavo Pereira, chefe de investimentos da Guide Investimentos, argumenta sobre a relevância de traçar metas financeiras para uma confortável aposentadoria. Para ele, o benefício do INSS raramente é suficiente para manter o mesmo padrão de vida após o fim do período laboral. Ele sugere que as metas sejam ligadas aos objetivos pessoais, como ter momentos de lazer, viajar ou viver tranquilamente no interior.
O primeiro passo: traçar metas financeiras

O primeiro passo para garantir uma aposentadoria tranquila é traçar metas financeiras. Para isso, é importante definir o quanto você precisa para manter o seu padrão de vida na aposentadoria. Você pode usar uma calculadora de aposentadoria para estimar o seu custo de vida futuro.
Aqui estão algumas dicas para definir suas metas financeiras:
- Pense no seu estilo de vida ideal na aposentadoria. O que você quer fazer? Viajar? Investir em passatempos?
- Considere as suas despesas atuais. Quanto você gasta com moradia, alimentação, transporte, lazer e outros itens?
- Faça uma estimativa do seu custo de vida futuro. Leve em consideração a inflação e as mudanças no seu padrão de vida.
O benefício do INSS é suficiente para a aposentadoria?
A previdência social brasileira é um bom plano B, mas não deve ser a única fonte de renda na aposentadoria. O modelo atual é baseado em contribuições dos trabalhadores ativos para pagar os benefícios dos aposentados. No entanto, devido às mudanças no mercado de trabalho e demográficas, este sistema tem se demonstrado cada vez mais instável.
Conforme a Pesquisa Nacional da Previdência Social (PNPS), realizada pelo IBGE em 2021, o benefício médio do INSS é de R$ 1.639,00. Esse valor é suficiente para suprir as necessidades básicas de uma pessoa, mas não é suficiente para manter o mesmo padrão de vida que a pessoa tinha antes de se aposentar.
A importância da diversificação
A diversificação é importante para reduzir riscos. Por isso, é importante investir em diferentes classes de ativos, como ações, renda fixa e imóveis.
Aqui estão algumas dicas para diversificar seus investimentos:
- Inclua diferentes classes de ativos no seu portfólio.
- Investigue diferentes tipos de investimentos antes de fazer uma aplicação.
- Rebalanceie seu portfólio regularmente para garantir que ele esteja alinhado com seus objetivos.
Investir em previdência privada: vale a pena?
Luis defende que planos de previdência privada são excelentes opções, já que permitem estabelecer um investimento mensal. Os benefícios fiscais decorrentes deste modelo – como a possibilidade de deduzir até 12% da renda tributável, pelo plano PGBL – bem como a chance de realizar a portabilidade sem incidência de imposto de renda, são fatores que favorecem a previdência privada.
Existem dois tipos principais de planos de previdência privada:
- PGBL: Plano Gerador de Benefício Livre. O imposto é cobrado sobre o valor total do resgate, na hora do recebimento do benefício.
- VGBL: Vida Gerador de Benefício Livre. O imposto é cobrado sobre o rendimento, na hora do resgate.
É importante acompanhar e revisar o plano de investimentos regularmente?
Sim. Tão relevante quanto estabelecer um plano de investimentos é acompanhá-lo e revisá-lo constantemente. Luis e Bruna concordam que é crucial fazer ajustes de acordo com mudanças no mercado, na legislação e até mesmo no perfil do investidor, que tende a se modificar ao longo da vida.
O essencial é estar atento e se adaptar conforme o cenário, sempre vislumbrando garantir o futuro financeiro almejado na aposentadoria. E, para isso, recorrer a especialistas na área pode ser uma ótima opção. Como nas palavras de Bruna, “assim como procuramos um médico para cuidar da saúde física, é importante buscar um profissional de confiança para cuidar da sua saúde financeira”.