O Nubank, quarta maior instituição financeira no Brasil, elaborou diversas estratégias para enfrentar os impactos ocasionados pelo Pix, o sistema brasileiro de pagamentos instantâneos. Os principais desafios enfrentados pelo banco foram promover um maior conhecimento técnico sobre seus produtos e infraestrutura entre a liderança da empresa e adaptar seus sistemas para evitar a instabilidade nos períodos de alta demanda do Pix.
A diretora sênior de Engenharia do Nubank, Cat Swetel, compartilhou essa trajetória no AWS re:Invent 2023, encontro importante no cenário da tecnologia promovido pela gigante de serviços de nuvem Amazon, em Las Vegas. Nesse evento, o Nubank ganhou destaque por ser a primeira empresa latino-americana a participar do palco principal no re:Invent.
Quais foram os transtornos do Nubank com o Pix?

A saga do Nubank para adaptar-se ao Pix começou em 2020, quando o Banco Central solicitou o desenvolvimento do sistema às instituições financeiras do país. Por cinco meses, a equipe de engenharia do Nubank trabalhou intensamente na criação da arquitetura para a operação do Pix, esforçando-se para atingir o requerimento de latência de 10 segundos exigido pelo Banco Central.
O sucesso do Pix foi muito além das projeções do Nubank. Em apenas um ano, o volume mensal de transações do Pix ultrapassou a soma de transações de crédito e débito. Por outro lado, a alta demanda gerou problemas para a infraestrutura de TI da instituição, provocando lentidão no aplicativo do Nubank e períodos de instabilidade para os clientes. “Todo nosso ambiente técnico estava sob um nível sem precedentes de estresse”, afirmou Cat Swetel.
Quais foram as medidas tomadas pelo Nubank?
Em meio aos desafios, a companhia decidiu por uma reavaliação das práticas da TI, abandonando a estratégia de simplesmente adicionar “mais máquinas e mais memória” para resolver os problemas. Em parceria com a AWS, a equipe do Nubank iniciou um esforço multidisciplinar para testar a hipótese de que a estabilização dos sistemas acarretaria na estabilização dos custos.
Três mudanças foram promovidas nesse esforço. Duas técnicas: reduzir as instabilidades e a revisão da estratégia de cache da base de dados utilizando novas aparelhagens de computação. A terceira mudança foi cultural, buscando incorporar a eficiência de custos como um dos pilares de sua operação. Assim, os líderes do Nubank passaram a ter uma compreensão técnica básica de seus produtos e infraestrutura.
Com essas mudanças, a gigante das fintechs conseguiu estabilizar seus custos e a performance, enfrentando com sucesso os desafios técnicos gerados pelo Pix. “O crescimento do Nubank é alimentado pelo baixo custo operacional de nossa plataforma e pela nossa eficiência, que nos permite cobrar menos e investir mais em clientes”, finaliza a diretora de Engenharia.