Em uma ascensão significativa na Bolsa brasileira, as ações da gigante varejista Americanas (AMER3) estão se destacando nesta segunda-feira. Às 17h11, os papeis da empresa tiveram um salto expressivo de 8,60%, com uma cotação de R$ 1,01, oscilando entre a mínima de R$ 0,95 e a máxima de R$ 1,02. Esse último valor é o mais elevado desde 18 de agosto, quando as ações foram negociadas a R$ 1,03.
Não só a Americanas, outras varejistas também estão se sobressaindo no mercado, com a Magazine Luiza (MGLU3) e a Casas Bahia (BHIA3) apresentando altas de 2,25% e 3,51% respectivamente. Interessantemente, essa movimentação coincide com a semana da Black Friday, que ocorre na próxima sexta-feira (24), uma data marcada pela oferta de promoções em lojas físicas e virtuais.
O que está impulsionando o sucesso da Americanas na Bolsa?

Segundo o sócio-diretor da L4 Capital, Hugo Queiroz, a perspectiva de o evento da Black Friday deste ano superar o desempenho de 2022 é um dos fatores motivadores desse destaque. Além disso, a possibilidade de a empresa emergir da recuperação judicial tem favorecido o impulso das ações, que passaram dois meses sendo cotadas perto de R$ 0,80.
“São somatórios que animam o investidor. No entanto, embora o mercado ainda considere a possibilidade de recuperação da Americanas e suas marcas para o patamar anterior como factível, ainda vejo isso como pouco provável”, acrescenta Queiroz.
Quais são as expectativas futuras para a Americanas?
Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset, também vê o fluxo recente de notícias da Americanas como um gatilho adicional para as ações da empresa. Ele menciona a expectativa de que um acordo com credores possa ser alcançado ainda neste ano.
Na última quinta-feira (16), a Americanas informou ao mercado que solicitou a convocação de uma assembleia geral de credores para o dia 19 de dezembro de 2023, como parte do seu processo de recuperação judicial. Além disso, a empresa divulgou seu balanço de 2022 (depois de quatro adiamentos), que mostrava um prejuízo de R$ 12,912 bilhões – um salto considrável em comparação à perda de R$ 6,237 bilhões registrada em 2021.
O caso da Americanas é um claro exemplo de como o mercado pode reagir positivamente diante da possibilidade de uma empresa emergir da recuperação judicial. No entanto, é importante lembrar que investir em ações implica sempre um grau de risco, e veremos nos próximos meses se a empresa pode, de fato, superar suas dificuldades atuais e apresentar resultados financeiros mais positivos.