O destino dos titulares de débitos da Americanas está agora pendente de uma decisão crucial. De acordo com informes recentes, investidores e gestores que possuem esses títulos na carteira logo deverão tomar uma posição. As opções incluem: trocar os títulos de renda fixa por ações da empresa; aceitar o chamado “leilão reverso”, sendo remunerados à vista pela organização; ou converter a debênture existente em uma nova, com novas premissas. Ressalta-se que em nenhum desses cenários há uma recuperação completa do valor investido inicial.
As opções envolvem um grau variegado de desconto ou-me-direi perdão de dívida que os credores terão que aceitar para receber ao menos parte do dinheiro emprestado. No entanto, há uma incerteza no ar, visto que o projeto de recuperação ainda deve ser aprovado pela maioria de dois terços dos credores. Fontes indicam que a votação deve ocorrer até o final de 2023.
O quão grave será o impacto para os investidores?

Mesmo diante às escolhas apresentadas, muitos gestores e especialistas acreditam que os credores aceitarão as condições, o que acarretará na liquidação dos títulos existentes entre março e abril de 2024. A própria Americanas estimou que os descontos ocasionados pela liquidação das debêntures variariam de 70% a 80%. Isso sugere que os credores e investidores poderão sofrer significativas perdas. No entanto, alguns especialistas argumentam que essa ainda é uma opção melhor do que a perda total do dinheiro investido nos títulos.
Foram originalmente propostas três soluções principais para os investidores dessas debêntures. A primeira é a troca desses papéis por novos ativos de dívida da Americanas. No entanto, como os balanços de 2023 ainda estão sendo apurados, há dúvidas consideráveis sobre as condições que a empresa será capaz de oferecer aos investidores nesses títulos. A segunda solução sugerida é o chamado “leilão reverso”. Nesta, a Americanas ofereceria um valor à vista pelos títulos, provavelmente com um desconto significativo. A última opção oferece a possibilidade de conversão das debêntures em ações da empresa – opção inviável para fundos de renda fixa dada a restrição na alocação em ativos de renda variável.
O que os especialistas dizem sobre os próximos passos?
Diante desta situação, a XP Investimentos destacou em um relatório intitulado “Reescrevendo o passado” que, embora um passo importante tenha sido dado pela empresa, muita incerteza ainda permanece. Adriano Casarotto, analista da Western Asset Management, salientou que a escolha “ideal” depende do perfil do investidor. Em resumo, embora a situação pareça aterradoramente incerto para os investidores, a lição da importância da diversificação das carteiras foi fortemente aprendida.
Para os investidores pessoas físicas com debêntures da Americanas em carteira, cabe a eles a decisão do que fazer com os títulos. Por outro lado, para os cotistas de fundo que possuem esses papéis, a decisão fica nas mãos do gestor do produto.