São Paulo está registrando temperaturas recordes, enquanto no Rio de Janeiro a sensação térmica chegou aos 52 ºC na última segunda-feira (13). Esse clima tem trazido a tona cada vez mais debates sobre o aquecimento global, levando os investidores a buscarem por opções em seu portifólio que esteja de acordo com políticas de ESG, com propostas inovadoras e com caminhos de produção que não agrida o meio ambiente.
Sendo assim, em um ano marcado por avanços significativos nos esforços de sustentabilidade, investimentos voltados para as mudanças climáticas estão alcançando retornos impressionantes, superando inclusive o desempenho do Ibovespa.
Empresas que se dedicam a soluções e tecnologias ambientalmente conscientes têm testemunhado um crescimento exponencial em seus valores de mercado, rendendo ganhos expressivos para investidores atentos a esses setores.

A valorização de quase 200% desses investimentos reflete não apenas a crescente preocupação global com o meio ambiente, mas também a percepção de que essas empresas são fundamentais para a construção de um futuro sustentável.
Enquanto o mercado geral, representado pelo Ibovespa, apresenta seus próprios desafios e variações, os investimentos direcionados a projetos e empresas comprometidas com a mitigação das mudanças climáticas têm se destacado, oferecendo retornos significativos aos investidores.
Um dos principais investimentos nessa frente são os investimentos chamados de benchmark de transição climática da União Europeia. Esse tipo de índice conta com ações de empresas de mais de 23 países desenvolvidos, buscando oferecer uma visão do desempenho de empresas que estão alinhadas com os objetivos de transição climática, levando em consideração fatores relacionados a riscos e oportunidades ambientais.
São excluídos do índice ações de empresas que obtêm receitas significativas com a fabricação de produtos de tabaco, mineração de carvão térmico e geração de energia a carvão térmico. Essa exclusão visa alinhar o índice com critérios éticos e sustentáveis, evitando investimentos em setores considerados prejudiciais ao meio ambiente e à saúde.
Cerca de três quartos do índice é formado por ações de empresas americanas. As maiores posições, atualmente, são em Nvidia, Microsoft e na companhia de veículos elétricos Tesla. Empresas de saúde, como Lilly Company e UnitedHealth também possuem posições relevantes no índice. Ao todo, 1,311 empresas participam do índice, seno a maior posição a da Nvidia, de 5,33%.
Opções de investimentos em ETFs focados em mudanças climáticas
Além do benchmark, investidores também podem encontrar alguns ETFs (fundos passivos) que seguem o índice de mudança climática europeu, como o gerido pela maior gestora europeia Amundi.
O mercado europeu, vale ressaltar, é considerado o mais avançado em questões ambientais. Fundos sustentáveis gerem cerca de US$ 2,3 trilhões na Europa, segundo o Morningstar, contra apenas US$ 229 bilhões nos Estados Unidos.
No mercado americano, no entanto, vêm surgindo cada vez mais opções de investimento atreladas às mudanças climáticas, como os ETFs BlackRock Future Climate and Sustainable Economy e o JPMorgan Climate Change Solutions ETF, ambos de 2021.