Os resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23) do Bradesco (BBDC4) não foram bem recebidos pelo mercado. No entanto, durante uma teleconferência, os executivos do banco afirmaram que a instituição está pronta para restaurar o crescimento de sua margem financeira. Este indicador apresentou queda de 2,6% em termos anuais, totalizando R$ 15,9 bilhões. Houve também uma redução de 9,6% na margem com clientes, enquanto a margem com o mercado ficou em R$ 23 milhões, um número positivo.
O balanço foi afetado por um volume de concessão de crédito menor para micro e pequenas empresas, que trabalham com retornos mais altos devido a seu maior risco. No entanto, o CEO do Bradesco, Otávio de Lazari, sinalizou que o banco deverá aumentar a originação nesse setor ao longo do quarto trimestre.
O Bradesco vai aumentar a concessão de crédito para micro e pequenas empresas?

De acordo com Lazari, o Bradesco focou em portfolios mais seguros, como imobiliário, consignado e rural. Contudo, com a melhoria da economia, o banco já voltou ao ritmo normal e pretende continuar a crescer no quarto trimestre. O banco tomou uma postura mais cautelosa frente à inadimplência, mas acredita que a pior fase passou: “A gente vai observar ao longo do quarto trimestre uma redução da inadimplência”, afirma o CEO.
Aumento no crédito para micro e pequenas empresas vai impulsionar a margem financeira?
O crescimento de margem financeira acumulado nos primeiros nove meses de 2023 foi de 1,3%, ficando bem abaixo do guidance do banco, que era entre 2% e 6%. “Estamos abaixo da expectativa, mas foi necessário o ajuste que fizemos na concessão de crédito. O banco começou a operar com empresas de menor risco e maior garantia”, afirma Lazari.
O executivo acrescenta que o Bradesco segue focado em aumentar sua presença no segmento de alta renda, buscando trazer este cliente como uma prioridade, principalmente através de seu serviço de conta digital internacional, a My Account, que já alcançou 100 mil correntistas em três meses.
Lázari também comentou as recentes discussões acerca do fim do parcelamento sem juros no cartão de crédito. Para ele, uma solução equilibrada é necessária para manter o ritmo de crescimento da economia brasileira.