É hora de pôr o dedo em uma ferida que dói na maior parte da população brasileira: o salário mínimo. Atualmente em R$ 1.320, muito abaixo das necessidades básicas básicas de uma família. Alimentação, habitação, saúde, educação, lazer — tudo isso fica fora de alcance para muitos que precisam sobreviver com esse valor todos os meses. Em nossa sociedade, onde mais de 63 milhões de pessoas têm uma renda per capita de até R$ 570 por mês, essa realidade ganha contornos ainda mais aflitivos.
Desde 1940, quando foi criado, o salário mínimo deveria ser capaz de suprir as necessidades básicas. No entanto, mais de 80 anos depois, a realidade é outra. O valor atual, de R$ 1.320, não é capaz de cobrir as principais despesas das famílias. E não são apenas os “insiders” que estão dizendo isso, as pessoas que vivem essa realidade todos os dias também estão falando.
Como a recessão impacta diretamente na vida cotidiana?

Os trabalhadores veem os preços no mercado subindo e o salário mínimo, que não acompanha o reajuste desses preços, ficando para trás. Falar sobre saúde, moradia, alimentação e tantas outros aspectos supridos pelo salário mínimo e perceber que o valor atual está abaixo do ideal é doloroso e real.
E se o salário mínimo fosse realmente suficiente?
A realidade é que mesmo com atividades extras para complementar a renda da família, muitas vezes o dinheiro não é suficiente. O lazer acaba ficando reservado para aqueles que podem pagar um preço muito mais alto. Além disso, há casos de famílias que possuem filhos e mal conseguem cobrir as despesas, fica claro que o valor do salário mínimo atual é insuficiente. E não paramos por aí. Segundo dados atualizados em setembro de 2023 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo ideal para um trabalhador brasileiro deveria ser de R$ 6.280,93.
A situação é tão grave que 90% da população brasileira recebe menos de R$ 3.500 por mês e 70% desses ganham até dois salários mínimos (R$ 2.640). Ou seja, a maior parte da população se enquadra atualmente nas classes C e D. Assim, mais de 63 milhões de pessoas vivem com uma renda per capita de até R$ 570 por mês — muito abaixo do salário mínimo definido. Tudo isso em um país onde a alta dos preços no mercado é frequentemente maior do que os reajustes do salário mínimo.